Um dos maiores estaleiros do mundo, o Keppel Fels, em Cingapura, relatou em acordo com autoridades de três países, que houve uso de propina para ganhar contratos na época do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A corrupção girava em torno da construção da plataforma P-48 para a Petrobrás.
A informação adiantada pela coluna Poder da Folha de S. Paulo, dá conta de que o suborno de US$ 300 mil (equivalente hoje a R$ 994 mil) teria sido pago em 2001 e 2002 para “funcionários do governo”. A informação consta, inclusive, em documentos do Departamento de Justiça dos EUA.
Em outras delações do de superintendentes do estaleiro Keppel Fels, já havia sido citado o pagamento de propina para conseguir contratos com a Petrobrás, nos governos Lula e Dilma, que giraram em torno de US$ 13,3 milhões (R$ 44 milhões). Contudo, os números não chegam aos pés do que teria sido pago durante o governo FHC. Algo por volta de US$ 800 milhões.
Acordo de leniência é uma espécie de delação feita por empresas. O Keppel fez esse tipo de acordo com Brasil, Estados Unidos e Cingapura e pagou uma multa de R$ 1,4 bilhão. O Brasil ficou com R$ 692,4 milhões.
Havia um esquema regular para fazer a propina chegar ao PT, segundo o acordo da Keppel. A empresa tinha contratos falsos de consultoria com o engenheiro Zwi Skornicki. Ele recebia os recursos e os repassava para Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, Renato Duque, ex-diretor da estatal, e para o PT.
No caso do PT, os representantes do partido eram tratados por codinomes. Todos os pagamentos eram autorizados pela cúpula da Keppel Fels em Cingapura.
Ainda de acordo com a apuração da Folha, essa não é a primeira vez que delatores falam em propina na Petrobras durante o governo FHC. O ex-gerente Pedro Barusco disse ter recebido suborno em 1997 ou 1998 da multinacional holandesa SBM.
Fonte: Notícias ao Minuto
Créditos: Folha de São Paulo