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Enem teve “questão de ideologia”, mas está mudando, afirma Bolsonaro

Em conversa com apoiadores, na manhã desta segunda (22/11), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) refutou a acusação de que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, teria interferido nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 porque, segundo ele, a prova teve “questão de ideologia”.

Em conversa com apoiadores, na manhã desta segunda (22/11), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) refutou a acusação de que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, teria interferido nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 porque, segundo ele, a prova teve “questão de ideologia”.

“Estão acusando o ministro Milton de ter interferido na elaboração das provas do Enem. Se ele tivesse essa capacidade, não teria nenhuma questão de ideologia neste Enem que teve agora. Você é obrigado a aproveitar banco de dados de anos anteriores”, apontou.

De acordo com Bolsonaro, é possível mudar essa questão ideológica. “Já está mudando. Vocês não viram mais a linguagem de tal tipo de gente, com tal perfil. Não existe mais isso aí. A linguagem. O que o cara faz dentro de quatro paredes, o problema é dele. Agora, não tem mais aquilo, a linguagem neutra, não tem mais”, disse Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada.

As declarações foram feitas antes de o presidente se dirigir ao Palácio do Planalto e registradas por um canal simpático ao presidente no YouTube. O jogador de vôlei Maurício Souza, que é aliado de Bolsonaro e recentemente foi acusado de homofobia, estava ao lado do presidente.

O primeiro dia de provas do Enem, realizado nesse domingo (21/11), apresentou uma questão com a música “Admirável Gado Novo”, do cantor Zé Ramalho, e abordou temas como racismo, povos indígenas e população carcerária, além de sexualização da mulher.

O item sobre a composição de Zé Ramalho pedia que o candidato interpretasse um trecho da letra da música, que fala sobre “massas” e “vida de gado”. A canção foi lançada em 1979, época da ditadura militar no Brasil.

Apesar das denúncias de interferência nas questões do certame, a prova trouxe a pauta racial em perguntas sobre o período da escravidão no Brasil o aumento da população carcerária brasileira, a partir de dados que apontam a predominância de jovens negros entre os presos no país.

O exame também tratou da questão indígena ao abordar a popularização do uso do termo “guarani kaiowá” nas redes sociais como forma de denúncia dos crimes cometidos contra os povos indígenas.

Os candidatos também precisaram analisar assuntos como a erotização do corpo feminino e desigualdade de gênero. Uma questão, por exemplo, trouxe o contexto das jovens cientistas no século 19 e tratou da exclusão que sofriam em função do patriarcado enraizado na sociedade.

Primeira etapa

A primeira etapa do exame teve 45 questões de linguagens e códigos, 45 questões de ciências humanas, e uma redação sobre o tema: “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”.

No segundo dia de exame, 28 de novembro, serão 45 questões de ciências da natureza e 45 perguntas de matemática.

Este ano, 3.109.762 pessoas se inscreveram para realizar as provas, menor número registrado desde 2005.

Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba