A vida da empresária Alessandra Veiga Lobo Collichio Ferreira, de 49 anos, mudou radicalmente depois de ter passado por uma cirurgia plástica e perdido totalmente a visão do olho direito. Ela denunciou o erro médico para a Polícia Civil, que investiga o caso.
O procedimento para diminuir a pálpebra foi feito, em junho deste ano, com o médico amigo da família Ariano Melo, na clínica Visage, em Minaçu, no norte goiano. Assim que saiu da sala de cirurgia, Alessandra passou a sentir dores fortes na cabeça e dificuldades na visão.
“Minha cabeça parecia que iria explodir. Quando olhei no espelho, vi meu olho morrendo na minha frente”, relata a empresária ao Metrópoles.
O profissional que fez a cirurgia teria dito que a situação seria normal e que a empresária voltaria a enxergar. As dores eram tão intensas, que Alessandra chegava a vomitar, conta ela.
Salvar o olho
No quarto dia após o procedimento, o esposo da empresária, Eduardo Augusto Ferreira, decidiu procurar um oftalmologista de Goiânia. Só de ver uma foto do olho de Alessandra, ele já teria sentenciado:
“Corre para salvar o olho, porque a visão, ela já perdeu.”
A família viajou de madrugada para a capital, a 500 km de distância. A empresária começou a passar por um longo tratamento, com duas cirurgias e vários retornos ao especialista.
“Todos os médicos que conheço ficaram horrorizados como fizeram um estrago desse. Agora é tentar aceitar, porque não tem como voltar atrás. O olho humano não tem preço. É uma coisa que vai ficar marcada pelo resto da vida”, lamenta a empresária, que era acostumada a fazer cirurgias plásticas.
Sem especialidade
O médico que fez o procedimento, Ariano da Paz Melo, se diz da área de oftalmologia em sua página no Instagram. Mas ele não tem a especialidade em seu registro profissional. A vítima não sabia disso quando fez a cirurgia.
“Nunca imaginei que ia dar meu olho para uma pessoa que não tem especialidade. Meu olho era perfeito. Será que meu olho de repente foi deixando minha pele e derreteu?”, questiona a empresária.
Silêncio
O Metrópoles entrou em contato com a clínica Visage em Minaçu, mas o atendente disse que não vai passar informações ou contatos sobre o caso. A Polícia Civil informou que os investigados estão sendo ouvidos e que perícias e documentos foram requeridos.
Já o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) afirmou, em nota, que não foi comunicado sobre a denúncia, mas que orienta a paciente a entrar em contato com o Conselho para formalizar a queixa e para que a conduta dos profissionais possa ser apurada.
Fonte: POLÊMICA PARAÍBA
Créditos: METROPOLES