Com dois filhos de 1 e 8 anos, a família do refugiado venezuelano Arquimedes Diaz, de 25 anos, vai buscar fora de Roraima uma nova oportunidade para recomeçar no Brasil: “Abrem-se portas para uma nova vida”, disse ele, momentos antes de embarcar para João Pessoa no 7º voo do chamado processo de interiorização.
A ação, promovida pelo governo federal, é uma tentativa de lidar com o intenso fluxo de venezuelanos que cruzam a fronteira do país por Roraima. Estima-se que 800 entrem todos os dias no Brasil fugindo da crise política, social que foram agravadas com o regime do presidente Nicolás Maduro.
Arquimedes foi um dos 187 estrangeiros levados aos estados do Amazonas, Paraíba e São Paulo nesta terça-feira (28). O voo da Força Aérea Brasileira (FAB) deixou o Aeroporto Internacional de Boa Vista Atlas Brasil Cantanhede por volta das 10h40 (hora de Brasília).
Ao lado da esposa, de 24 anos, Arquimedes Diaz conta que morava no Brasil há 7 meses. “Cheguei no dia 10 de janeiro e sou muito grato ao Brasil”. Questionado sobre as novas perspectivas para o futuro, o venezuelano disse querer ajudar o restante da família que está no país vizinho.
“Primeiramente procurar um emprego, porque quero também ajudar a família que está na Venezuela. A situação é muito difícil lá. Me sinto muito feliz e contente pela oportunidade que estão nos dando”, contou momentos antes de embarcar.
A Venezuela tem enfrentado um êxodo da população que foge da pobreza, da hiperinflação, da falta de serviços públicos e da escassez de bens de primeira necessidade. Segundo a ONU, o número de venezuelanos que deixaram o país já é maior que número de refugiados que tentam chegar à Europa.
Segundo a Casa Civil, todos os imigrantes que aceitaram participar da interiorização foram vacinados, submetidos a exames de saúde e devidamente regularizados no Brasil com CPF e carteira de trabalho.
Além de João Pessoa, para onde foram levados 69 imigrantes, outros 65 venezuelanos seguiram para Manaus e 53 para São Paulo.
Com esse voo, o número de venezuelanos interiorizados, desde abril, ultrapassa os 1 mil. Até então eram apenas 820. O próximo voo está marcado para quinta-feira (30).
A ação conta com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Agência da ONU para as Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Fonte: G1
Créditos: G1