Substituto de Regina Duarte

Em 'comunhão' com Bolsonaro, Mario Frias chama auxilio de R$ 600 de esmola

Substituto de Regina Duarte na Secretária Especial de Cultura, o ator Mario Frias concedeu sua primeira entrevista no cargo ao deputado estadual Eduardo Bolsonar

Substituto de Regina Duarte na Secretária Especial de Cultura, o ator Mario Frias concedeu sua primeira entrevista no cargo ao deputado estadual Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Na conversa ocorrida no sábado em um canal no Youtube, Frias confessou ter se sentido um “ET” no meio artístico, se declarou ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com quem vive em “comunhão”, e chamou de “esmola” o auxílio emergencial ao setor artístico.

Frias começou a entrevista comentando sua revelação pela atração global “Malhação”, que comparou com o teatro.

“Muita gente acha que ‘Malhação’ só revela atores, mas ali tem formação de diretores, equipe de áudio”, disse o secretário, para quem os profissionais que passaram pelo seriado podem ser “mais preparados que atores de teatro”.

Embora a família Bolsonaro seja crítica à Rede Globo, Frias fez elogios ao padrão de qualidade da TV:

Tenho 13 anos de TV Globo, é uma escola, é um padrão. Basta para que você olhe uma imagem e aquilo te constranja: ‘pô, tá errado’. É um senso crítico que te desenvolve
Mario Frias, secretário especial de Cultura

Apesar da experiência, ele criticou a visão política dos colegas artistas, que por muito tempo o teria feito se sentir “como um ET”: “A ideologia é muito forte ali”.

O ator, no entanto, se empolgou quando questionado sobre uma de suas paixões: o rodeio. Ele negou, por exemplo, a existência de maus tratos aos animais.

Lei Rouanet

Frias elogiou a aproximação de sua secretaria com o MEC (Ministério da Educação) e o Ministério do Turismo e se contradisse sobre a Lei Rouanet.

Ele prometeu uma “auditoria” sobre o acesso aos editais, mas elogiou a lei. “O problema é quem abraçou a lei pra uso exclusivo. A lei é para todos. O presidente diz muito bem quando diz que quer que todo mundo tem de ter acesso à lei.”

Embora tenha defendido a democratização dos editais a “diversas classes”, Frias encampou as restrições de Bolsonaro, que no ano passado condenou apoio à temática LGBT.

“Não adianta: o patrão quer uma linha estética. E essa linha estética vai ser privilegiada”, afirmou.

Sobre o presidente, disse estar em total sintonia. “Tudo que eu faço pode ter certeza que estou em comunhão com meu presidente”, garantiu.

Auxílio emergencial é esmola?

Frias também disse que os artistas não querem “esmola”, em referência ao auxílio emergencial de R$ 600 aprovado pelo Congresso à categoria.

Artista não quer esmola. A maioria que eu vejo diz: ‘Me deixa trabalhar’. Não quer auxílio
Mario Frias, secretário especial de Cultura

Quase um mês após ser aprovado no Congresso Nacional, o projeto de auxílio emergencial ao setor ainda não foi assinado por Bolsonaro.

Ele tem até o dia 30 de junho para sancionar ou vetar o texto. Se ele não se manifestar, a a lei entra em vigor automaticamente.

Fonte: Uol
Créditos: Uol