Dedicado à sua carreira no teatro, o ator, escritor e apresentador Jô Soares decidiu escrever uma carta aberta ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). No texto, que menciona diversos fatos da história, ele afirma que entende a reação provocada quando o capitão disse que o nazismo era de esquerda (saiba mais aqui).
“Devo lhe confessar que também já fui alvo de chacota, mas por um motivo totalmente diferente: só peço que não deboche muito de mim”, afirma Jô, comparando a declaração de Bolsonaro ao momento em que confundiu o filósofo dinamarquês Søren Aabye Kierkegaard com o filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein.
“Isso se deve ao fato de que, depois da Primeira Guerra Mundial, vários pequenos grupos se formaram, à direita e à esquerda”, tenta explicar o escritor. “Um desses grupos foi o NSDAP: em alemão, sigla do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Entre seus fundadores originais havia dois irmãos: Otto e Gregor Strasser. Otto era um socialista convicto, queria orientar o movimento do partido à esquerda. Foi expulso e a cabeça posta a prêmio”, acrescenta.
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Ao longo do texto, ele aconselha Bolsonaro a não se deixar influenciar “por certas palavras”. Como exemplo, o autor destaca que o presidente deve sempre entrar no elevador social, afirma que “social climber” não significa alpinista de esquerda e que o pintor Pablo Picasso “não usou o partido para divulgar seus gigantescos atributos físicos”.
Por fim, ele ainda convidou o presidente para assistir sua nova peça de teatro, “O Livro ao Vivo’, mas disse que certamente o colocaria do lado direito da plateia. “Assim, o senhor, à direita, me veria no palco à direita. Só que, do meu lugar no palco, eu seria obrigado a vê-lo sempre à esquerda”, brinca.
Fonte: Bahia Notícias
Créditos: Bahia Notícias
