Após encarar mais de 60 quilômetros entre Santa Cruz, na Zona Oeste, ao Centro do Rio, o cadeirante Jorge Crim, de 62 anos, precisou enfrentar um novo problema para conseguir realizar uma perícia médica. Por conta de um elevador quebrado, o professor precisou subir, sentado, as escadas da agência do INSS da Avenida Marechal Floriano.
De acordo com a reportagem exibida pelo RJTV1, nesta quinta-feira, Crim chegou à agência e foi avisado pelos profissionais que o elevador do prédio não estava funcionando. O professor então questionou os profissionais para buscar uma solução para ser atendido e foi aconselhado a remarcar a consulta. O mesmo problema já tinha sido enfrentado seis meses antes, quando ele precisou reagendar a perícia devido ao elevador quebrado. Sem saída, ele sentou-se no chão e subiu os degraus da unidade sentado.
Segundo Crim, ele não poderia perder mais tempo, pois alegou gastar muito dinheiro para ir até o Centro do Rio de Uber. “Não podia perder mais um dia de trabalho e mais dinheiro”, explicou. O professor conta que o valor da corrida ultrapassa R$ 200. O motorista do carro que o levou até o local ajudou colocando folhas de jornal no chão para que ele sentasse enquanto subia as escadas.
Durante os dez minutos em que o professor leva para subir as escadas, nenhum atendente aparece para prestar algum auxílio. Segundo o professor, um segurança se ofereceu para levá-lo no colo, mas ele recusou. Ele explica que pesa mais de 100 kg e ser carregado ofereceria riscos para ele e para o profissional.
Após a perícia, Crim saiu da agência e voltou para Santa Cruz, cansado e com dores no corpo, ainda precisava dar aula. O professor destaca que no registro do INSS consta a informação de que ele é cadeirante e que deveria ser feito um recorte para que não seja encaminhado novamente para um agência sem acessibilidade.
De acordo com o INSS, “a perícia médica prestada nas agências do INSS, é realizada pelos peritos federais que não são da nossa ingerência. Então a gente não tem acesso a forma de agendamento. Eles utilizam as unidades do INSS, mas eles próprios gerem, inclusive a agenda de perícia”.
O DIA entrou em contato com o INSS, mas o órgão não respondeu há quanto tempo o elevador está quebrado.
Fonte: Meia Hora
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