Ele dizendo ‘papai, eu te amo’ vai ficar sempre na minha memória”, disse Felipes Nunes (ouça no áudio abaixo), pai do menino Gael de Freitas Nunes, de 3 anos, que morreu na segunda-feira (10), após ter sido encontrado com ferimentos no apartamento da mãe, no Centro de São Paulo.
De acordo com Felipe, o corpo de Gael vai ser enterrado no município de Prata, no Cariri do estado. Os detalhes do velório e o horário do sepultamento não foram divulgados pela família (leia mais abaixo).
Felipe Nunes trabalhava como motorista de transporte por aplicativo. Ele disse ao G1 que optou por trabalhar como autônomo para poder ter mais tempo com o filho e participar mais dos seus cuidados.
“Quando eu fui levá-lo para passar o final do dia das mães com a mãe, ele me abraçou, e falou ‘papai, te amo’. É isso que vou guardar”, disse.
O pai de Gael também contou como ele era uma criança doce, alegre e simpática. “Gael era uma criança feliz e amorosa com todo mundo. Quando a gente andava na rua ele saía abraçando todo mundo, mesmo sem conhecer. Já mostrava como ele era”.
Felipe também disse que nunca imaginou que a ex-esposa, suspeita de agredir a criança e provocar sua morte, pudesse fazer algo contra o filho, pois sempre demonstrou ser amorosa com ele.
“Eu espero que a justiça seja feita, caso ela tenha feito alguma coisa contra ele, que eu acredito que sim, mas não posso julgar. Espero que ela pague pela monstruosidade que ela fez com o filho dela. Na minha frente e na frente do ex-marido dela, ela sempre foi uma mãe carinhosa”, relatou.
Felipe também contou que Gael era a realização de um sonho. “O grande sonho da minha vida era ter um filho. Ela me deu e três anos depois ela me tirou”. A Polícia Civil prendeu na madrugada desta terça-feira (11) a mãe de Gael, mas o inquérito ainda não foi concluído.
A mulher, de 37 anos, prestou depoimento na 1º Delegacia de Defesa da Mulher, no Cambuci, por volta da meia-noite, e às 5h30 foi levada para o 89ºDP, no Portal do Morumbi, que tem uma carceragem feminina. O teor do depoimento não foi divulgado.
Ela foi indiciada por homicídio qualificado por meio cruel, e a investigação também pediu à Justiça a conversão da prisão em flagrante da mãe para a prisão preventiva. O motivo do crime ainda é investigado pela polícia.
O G1 não conseguiu localizar a defesa da mãe para comentar o assunto. Segundo a policia, o advogado dela, Sérgio Henrique Sarmento Barros, havia pedido que sua cliente fosse solta e encaminhada para internação compulsória num hospital psiquiátrico, já que testemunhas contaram que a mulher teria tido um surto psicótico para cometer o crime e ainda teria tentado se suicidar em seguida, bebendo um produto de limpeza.
De acordo com a polícia, a mulher é suspeita de ter cometido as agressões que levaram à morte do menino na manhã desta segunda-feira (10). O menino foi levado à Santa Casa de São Paulo, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo informações do Boletim de Ocorrência (BO), o menino foi encontrado desacordado na cozinha pela tia-avó; a mãe estava com ele. A criança morava com a mãe, com a tia-avó e a irmã de 13 anos.
O menino estava em parada cardiorrespiratória quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou ao apartamento e o levou ao hospital enquanto tentava reanimá-lo. No local, foi constatada a morte da criança.
A Polícia Militar, que foi acionada pelo Samu, informou que a mãe teria passado por um surto psicótico. Ela foi encaminhada até o Hospital do Mandaqui, na Zona Norte, para ser medicada, na manhã de segunda-feira.
De acordo com Felipe, o corpo de Gael vai ser encaminhado para João Pessoa, na Paraíba, na manhã de quarta-feira (12), de onde deve seguir para o município de Prata, no Cariri do estado, onde moram as famílias do pai e da mãe da criança. Os detalhes do velório e o horário do sepultamento não foram divulgados pela família.
Fonte: G1
Créditos: Polêmica Paraíba