Após adiar o anúncio quatro vezes, o Instituto Butantan afirmou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta quinta-feira (7/1) que a eficácia da Coronavac é de 78%. A informação foi antecipada pela Folha de S.Paulo.
Até então, o Butantan já havia informado que o imunizante produzido em parceria com a chinesa Sinovac tinha eficácia acima dos níveis exigidos pela agência brasileira e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, havia afirmado que a taxa de eficácia da vacina estava entre 50% e 90%.
A agência considera o mínimo de 50% de eficiência para que um imunizante contra o novo coronavírus seja autorizado para uso em território brasileiro.
A previsão inicial era de que esses dados tivessem sido divulgados em meados de dezembro, o que não ocorreu. De acordo com o instituto, o adiamento, anunciado em 23 de dezembro, ocorreu porque a Sinovac resolveu unificar os dados dos testes feitos no Brasil, na Indonésia e Turquia, o que poderia levar cerca de 15 dias.
A consolidação e a análise de dados são critérios exigidos pela agência de regulação de medicamentos da China.
No fim de dezembro, após os adiamentos, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, afirmou que foi “frustrante” não ter acesso aos dados.
“Infelizmente foi uma frustração para a gente. Ele [Butantan] ia entregar os resultados da conclusão da fase 3 e está em negociação com a Sinovac lá na China para poder entregar esses estudos, que seriam um dado importante pra gente conseguir a autorização para o uso emergencial da vacina do Butantan e facilitar essa aquisição”, disse.
Registro
Com os dados em mãos, o Butantan vai pedir nesta quinta à Anvisa autorização para uso emergencial e uso definitivo da Coronavac.
O uso emergencial permite que a vacina seja aplicada em determinados grupos e somente como parte de um programa institucional de governo. Já o registro definitivo do imunizante o torna apto a ser administrado em toda população e a ser comercializado.
O Governador João Doria acompanha nesta sexta-feira (18) a chegada em São Paulo no aeroporto de Guarulhos, da terceira remessa da vacina Coronavac, desta vez num lote de 2 milhões de doses, enviados pela farmacêutica chinesa Sinovac Life Science
Para a autorização em caráter especial, disponível em casos de emergências, como em uma pandemia, bastam dados preliminares dos estudos finais para a concessão.
Apesar de ainda não ter o registro, a Coronavac já está em produção no país. Além de ter recebido doses prontas da China, o Instituto Butantan está em funcionamento 24 horas por dia para confecção do imunizante.
Fonte: Metropoles
Créditos: Polêmica Paraíba