A médica Mayra Pinheiro publicou, nesta sexta-feira, (26), uma nota acerca do caso envolvendo os médicos Dr. Ricardo Ariel Zimerman e Dr. Flávio Cadegiani. A Polícia Federal cumpriu, na última quinta-feira (25), mandados de busca e apreensão em Porto Alegre e Brasília para investigar um estudo científico irregular com medicamento experimental chamado proxalutamida — que já é usado em outras doenças, como o câncer — para o tratamento da Covid-19.
Conforme as investigações, a importação do medicamento teria sido autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para pesquisa, porém, as formalidades para a execução do estudo científico estariam em desacordo com as normas da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). E a distribuição do medicamento, da forma como teria sido realizada, configuraria o crime de contrabando, entre outros que são apurados.
Confira a nota abaixo:
NOTA A SOCIEDADE BRASILEIRA
“Estamos vivendo um pesadelo inimaginável no Brasil.
Hoje, o colega médico Dr. Ricardo Ariel Zimerman, um dos mais conceituados médicos do país, sofreu o constrangimento de uma busca e apreensão. A Polícia Federal levou seu celular e computador, seus instrumentos de trabalho, inclusive, para o atendimento de pacientes. Aparentemente, a justificativa exdrúxula é sua participação no estudo acerca da proxalutamida junto com o Dr. Flávio Cadegiani, outro profissional brilhante.
Médicos, empresários, advogados, professores, jornalistas estamos, todos, sendo perseguidos, ameaçados, constrangidos, cancelados e até presos.
Nunca fomos terroristas.
Nunca roubamos nosso país.
Nunca praticamos corrupção.
Nunca assassinamos alguém.
Nunca recebemos doação ilegal de patrimônio como sítios ou casas de praia.
Nunca fizemos palestras superfaturadas para fazer lavagem de dinheiro.
Nunca falamos mal da nossa pátria no exterior.
Nunca assaltamos bancos.
Nunca sequestramos pessoas.
Nunca depredamos o patrimônio público.
Nunca pisamos ou queimamos a bandeira brasileira.
Nunca patrocinamos ou apoiamos líderes fascínoras.
E de que crimes somos acusados?
Alguns, por defenderem a liberdade, a família, a vida.
Outros, por apoiarem um presidente que trouxe prosperidade, que acabou com privilégios de uma casta que recebia favores ou patrocínios milionários dos cofres públicos.
E muitos, nos quais incluo milhares de colegas médicos devotados à vida, por entenderem que a ciência não é feita de verdades absolutas. A mesma “ciência” que até hoje, lamentavelmente, é monopólio de grupos com interesses ideológicos ou financeiros.
A todos eles deixo registrado meu respeito, meu apoio, minha gratidão pelo exemplo que têm dado em face de tantas adversidades.
Não desistiremos. Estamos mais vivos, mais fortes, mais unidos, mais atentos.
Não seremos ovelhas mansas a esperar pelos lobos…
Mayra Pinheiro
Médica e professora universitária”
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba