O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (3), com os investidores demonstrando tranquilidade após a reunião entre Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a equipe econômica do governo, que discutiram o tema fiscal. Além disso, sinais positivos de controle da inflação nos Estados Unidos animaram os investidores.
- Dólar: fechou a R$ 5,5683, registrando queda de 1,71%
- Mínima: a moeda chegou a atingir R$ 5,5404.
Com o fechamento, o resultado acumulado é:
- queda de 0,36% na semana;
- recuo de 0,36% no mês;
- alta de 14,75% no ano.
Ibovespa abriu em alta de 0,81%, aos 125.798 pontos, seguindo a tendência positiva do início do pregão. Às 11h, registrava alta de 1,29%. No fim do dia, fechou em 125.662 pontos, crescimento de 0,70%.
Lula mudou o discurso em relação ao setor econômico e adotou um tom mais calmo ao falar do Banco Central e do mercado financeiro.
“Aqui, nesse governo, a gente aplica o dinheiro que é necessário, a gente gasta com educação e saúde, naquilo que é necessário. Mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso desse governo desde 2003. E a gente manterá ele à risca”, disse o presidente durante o lançamento do Plano Safra.
Dólar
Ontem, a moeda americana fechou a R$ 5,66, após atingir R$ 5,70 durante o dia, o maior patamar em dois anos e meio. Esse movimento refletiu a cautela do mercado diante das críticas de Lula ao Banco Central (BC) e ao presidente Roberto Campos Neto.
Lula mencionou um “jogo de interesse especulativo” contra o real e insinuou possíveis medidas do governo para responder à alta do dólar, que teve sua terceira alta consecutiva após suas declarações.
No cenário internacional, o presidente do Federal Reserve dos EUA indicou que a inflação no país deve voltar à meta de 2% ao ano até 2025. O mercado aguarda a divulgação da ata da última reunião do Fed, que pode fornecer mais detalhes sobre futuros movimentos de política monetária nos EUA.
Marcelo Coutinho, analista CNPI de mercado e contribuidor do TradersClub, diz que o dólar futuro está subindo desenfreadamente, com o temor do mercado sobre o cenário atual.
“O mercado está enfrentando ou apostando contra o governo, que não toma medidas de contenção de gastos, fazendo com que o dólar siga apreciado. O dólar fechou a R$5,672. O próximo objetivo do dólar é R$5,713 e, se eventualmente não parar, pode chegar a R$5,810. Esses são os objetivos do dólar, que segue em alta. O contrato futuro de dólar que estamos usando é o WDOQ24. Os valores que mencionei podem ser identificados no gráfico. O próximo pitstop é em R$5,713, que é a próxima resistência, onde ele deve dar uma oscilada. Com a situação atual, é muito provável que o mercado continue pressionando, podendo atingir R$5,810”, aponta o analista.
Sobre o Índice Bovespa, o especialista diz que ele está em queda desde janeiro. “A máxima foi em dezembro do ano passado e janeiro deste ano, quando o índice cotou a 134.395 pontos. Desde então, o índice lateraliza entre 126 e 131 mil pontos, basicamente durante o ano inteiro. Em maio de 2024, o índice sofreu uma forte queda, atingindo 118.685 pontos. A partir de 14 de junho, o mercado corrigiu, saindo de 118.685 pontos para 124.718”, afirma.
“O próximo ponto de venda seria 125.520 pontos, o que estamos muito próximos de alcançar. O Índice Bovespa, como um todo, deve desacelerar próximo a esse ponto. Investidores que possuem ações com beta positivo, ou seja, ações que acompanham o Índice Bovespa, devem ficar atentos. Estamos a menos de 1.000 pontos, cerca de 800 pontos, de alcançar esse objetivo. Portanto, se o mercado continuar nessa tendência de alta, devemos atingir o objetivo de 125.520 pontos, que é o primeiro objetivo do Índice Bovespa”, completa.
Fonte: IG