Conheço essa expressão desde criança. Porém não devemos interpretá-la no seu sentido literal, mas no sentido figurado. Para alguém ser assim considerado não precisa, necessariamente, ficar arremessando objetos contra outras pessoas. Ao invés de “pedras” lança a público ideias, palavras e atitudes que agridem outros indivíduos. “Doido de pedras” é aquele que consegue superar os limites da estupidez no seu comportamento. Nesse grupo não podemos colocar os loucos engraçados ou os que não fazem mal a ninguém. Os “doidos de pedra” são perigosos, inconsequentes, não têm a mínima noção do que sejam atos de responsabilidade.
Encontramos essas figuras com facilidade no nosso cotidiano. Seja nos espaços sociais em que convivemos, seja no ambiente de trabalho, seja na observação do comportamento humano. Eles são presenças destacadas, exatamente porque fogem da normalidade. Adoram contrariar regras. Fazem questão de parecerem diferentes dos normais. Produzem a insensatez. Não se constrangem em protagonizar cenas absurdas. São excêntricos, bizarros, esquisitos. E nem se importam com isso. Pelo contrário, torna-se a forma de passarem a ser conhecidos e às vezes respeitados pelo mal que podem causar com suas sandices.
Não raro nos deparamos com patrões, chefes ou lideranças, se portando assim. E por exercerem posições de comando, estimulam seus subordinados a agirem de forma igual nos seus desequilíbrios mentais. Alguns têm consciência de que podem influenciar outros e chama-los a percorrerem os caminhos da parvoíce. Ganham seguidores cegos. Tornam-se espelhos de condutas. Socializam a doidice. A imprevisibilidade comportamental é uma das características colocadas na “Teoria do Louco” de Madman Theory. A disposição de encarar um enfrentamento a qualquer custo, sem medir as consequências. Não se preocupa em tranquilizar aliados e sim estimula-los ao conflito que lhe interessa.
A situação se agrava quando vemos pessoas “juntando pedras” para serem arremessadas, sem perceberem que podem ter um efeito bumerangue, voltarem e caírem sobre suas cabeças. Os “doidos de pedra” estão espalhados entre nós. É prudente identifica-los e nos blindarmos das consequências das suas atitudes quando têm relação com nosso modo de viver.
Fonte: Rui Leitão
Créditos: Polêmica Paraíba