A diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, decidiu ficar em silêncio no depoimento prestado à CPI da Covid nesta terça-feira, 13. Todas as perguntas receberam a mesma resposta: “por orientação do meu advogado, vou permanecer em silêncio”. A situação repete o que ocorreu no depoimento do empresário Carlos Wizard, em 30 de junho.
Diante da falta de respostas, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), decidiu suspender a sessão e anunciou que acionaria o Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Corte esclareça os limites da prerrogativa de ficar em silêncio em depoimento à CPI.
Medrades conseguiu um habeas corpus do STF permitindo que ela deponha na condição de investigada e fique em silêncio para não se incriminar. A situação incomodou os senadores, que consideram que o ministro Luiz Fux foi claro, na decisão, ao declarar que ela só poderia deixar de responder perguntas que a incriminem.
Logo à primeira pergunta do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre a relação dela com a Precisa Medicamentos, Medrades respondeu que permaneceria em silêncio, apesar de os senadores terem deixado claro que não concordam com a interpretação de que ela não precisa responder nada. “Em que isso pode incriminá-la?”, questionou Renan.
Para parte dos senadores, a diretora da Precisa está desobedecendo a decisão judicial. “A decisão do ministro Fux se limita a se manter calada nos fatos que a incriminem. A pergunta é simples: qual o vínculo empregatício com a empresa. Ela não está cumprindo a decisão do STF”, disse o senador Fabiano Contarato (Rede-ES).
Em meio à discussão, Aziz anunciou que entrará com “embargos de declaração” junto ao STF e suspendeu a sessão. “Nós fizemos uma pergunta-teste simples. Baseado na resposta dela, iremos suspender a reunião, chamarei os advogados e entraremos com embargo de declaração neste momento ao presidente Fux para que ele possa nos responder”, disse.
Fonte: Exame.com
Créditos: Polêmica Paraíba