Os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) mostraram ontem no debate da TV Record uma postura mais tranquila, bem diferente dos dois primeiros encontros televisivos do segundo turno na TV Bandeirantes e no SBT. Foram debatidos temas como sistema tributário, segurança, geração de emprego, inflação, saúde, Bolsa Família e educação. As acusações mútuas sobre conivência com a corrupção se repetiram, mas o tucano e a petista deixaram o tom agressivo de lado.
Primeira a perguntar, Dilma quis saber de Aécio o que ele achava do Simples, para os microempresários. Ao responder, o tucano agradeceu à rival pela qualidade do questionamento. Depois desse tema, assuntos discutidos em debates passados voltaram à tona. Aécio disse que o governo Dilma gastou pouco com segurança e que a expectativa de crescimento do Brasil era quase nula. Em resposta, a petista afirmou que o rival era pessimista e da turma do “quanto pior melhor”.
A passagem de Aécio pelo governo de Minas Gerais e a comparação do governo do PT com a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também foram abordadas. Ainda no primeiro bloco, Aécio citou a Petrobras. A partir daí, o tema corrupção entrou no debate. Assim com em outras oportunidades, Dilma rebateu o adversário e lembrou casos ligados a governos do PSDB.
No segundo bloco, Aécio insistiu no tema Petrobras e ironizou a presidente. “Não é sobre corrupção, mas sobre gestão”, falou. Ele disse iria profissionalizar a administração da estatal. Na réplica, Dilma voltou a lembrar o governo FHC. “Vocês quiseram privatizar uma parte da Petrobras. Vocês não têm moral para falar da Petrobras”, respondeu. Logo os candidatos abandonaram o tema e falaram sobre incentivos aos bancos públicos, segurança e ensino profissionalizante.
O terceiro bloco seguiu a lógica propostiva e começou com uma pergunta de Dilma sobre o Enem e o acesso à universidade. Aécio respondeu dizendo que pensava em educação desde a oferta de creches à população. O tucano foi para o ataque ao acusar a presidente de não ter dado atenção ao Nordeste. “Os nordestinos não receberam uma gota d’ agua da transposição”, falou, além de citar as obras da Transnordestina e sobrepreços da refinaria Abreu e Lima. Dilma se defendeu com números na área de infraestrutura e contra-atacou. “Para quem tem como maior obra do governo um centro administrativo (em MG) o senhor é muito ousado”, disse.
A postura serena dos candidatos se manteve no quarto bloco, destinado às considerações finais. Aécio e Dilma agora se encontrarão no debate da TV Globo, no dia 24.
JC ONline