Hoje, 19 de abril, é o Dia dos Povos Indígenas, uma data que destaca a luta e a resistência das comunidades indígenas do Brasil. Durante todo o mês, diversas organizações indígenas promovem atividades em prol dos direitos das 305 etnias que vivem no país.
Entre os dias 22 e 26 de abril, acontece o Acampamento Terra Livre (ATL) em Brasília, onde representantes de várias etnias se reúnem para reivindicar políticas públicas para as comunidades indígenas.
Origem da data
O Dia Nacional dos Povos Indígenas surgiu em 1943 e era chamado de “Dia do Índio”. A mudança no nome aconteceu em 2022 através de reivindicações dos indígenas de que o antigo nome vem de um significado preconceituoso. Além disso, não abarcava a diversidade de povos do país.
A data tem sua origem em um evento de luta: o Congresso Indigenista Interamericano realizado em 1940, no México. O congresso visava discutir os direitos dos povos indígenas da América, no entanto, inicialmente, as lideranças relutaram em participar com medo de não serem ouvidas, mesmo em um evento dedicado a eles.
No primeiro dia, os indígenas boicotaram o evento e não compareceram. Porém, no dia seguinte, em 19 de abril, eles marcaram presença. Uma das propostas do congresso era estabelecer uma data que destacasse a luta dos povos indígenas. Assim, o dia 19 de abril foi escolhido.
O congresso contou com 55 delegações oficiais e 47 representantes dos povos indígenas de toda a América. Apenas Paraguai, Haiti e Canadá estiveram ausentes.
As propostas definidas após o evento foram: “respeito à igualdade de direitos e oportunidades para todos os grupos da população da América”, “respeito pelos valores positivos de sua identidade histórica e cultural para melhorar a situação econômica”, “adoção do indigenismo como política de Estado” e estabelecer “o Dia do Aborígene Americano em 19 de abril”.
No Brasil, a data foi estabelecida em 2 de junho de 1943, durante o governo de Getúlio Vargas. A criação do “Dia do Índio” levou três anos porque o Brasil não adotou as resoluções do congresso.