A ex-ministra da Cultura Marta Suplicy (PT-SP) ainda não apareceu em seu gabinete de senadora. A exoneração de Marta do ministério foi publicada hoje pelo Diário Oficial da União. Formalmente, ela já é senadora, uma vez que, pelo fato de ser a titular do mandato, não precisa de qualquer ato para reassumir a cadeira da qual estava licenciada. Até o momento, não há qualquer confirmação de que ela fará algum pronunciamento de “reestreia” ao mandato parlamentar.
O primeiro suplente de Marta, Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), afirmou ao Broadcast Político que já deixou o gabinete que será herdado pela petista. “Hoje não sou mais senador, hoje é ela”, disse. “Ela não tem que tomar posse, já tomou posse e fez o juramento”, disse.
No gabinete que ficará com Marta no Senado, a expectativa é de troca da equipe. A ex-ministra ainda não passou pelo Congresso e segundo informações extraoficiais, ela seguiria hoje de Brasília para São Paulo, sem horário confirmado. Não se sabe também se fará um discurso em plenário nesta quinta-feira – dia em que as sessões são tradicionalmente vazias – ou se dará alguma declaração ou entrevista.
Antonio Carlos Rodrigues e assessores afirmam que Marta deve se pronunciar na terça-feira. “Eu estou presumindo”, ressalvou o suplente da ex-ministra, que disse vai reassumir o mandato de vereador na Câmara Municipal de São Paulo.
Críticas
A expectativa em torno de um depoimento da senadora cresceu depois da carta de demissão que divulgou na terça-feira com críticas ao governo Dilma Rousseff. Marta desejou à presidente que seja “iluminada” na escolha dos novos integrantes do governo a começar por uma “equipe econômica independente, experiente e comprovada, que resgate a confiança e a credibilidade do governo e que, acima de tudo, esteja comprometida com uma nova agenda de estabilidade e crescimento para o nosso país”.
O suplente de Marta não quis entrar no mérito da manifestação de Marta e tampouco disse se a endossa. “É um direito dela se pronunciar”, resumiu Rodrigues, um dos cotados para assumir uma pasta na reforma ministerial de Dilma. Questionado se colocaria seu nome à disposição da presidente para assumir um cargo no primeiro escalão, o suplente de Marta respondeu: “Não, não estou colocando meu nome à disposição. Vou cuidar da minha vida pessoal”.
Estadão