A taxa de desocupação ficou em 11,6% entre os meses de agosto e outubro deste ano, atingindo 12,4 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje pelo IBGE. Apesar de redução de 0,2 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre que vai de maio a julho, quando registrou 11,8%, o IBGE considera que houve estabilidade.
Por outro lado, a taxa de subutilização da força de trabalho foi 0,8 p.p. menor que no trimestre móvel anterior, passando de 24,6% para 23,8%, o que representa quase um milhão de pessoas a menos. Mesmo assim, são 27,1 milhões de pessoas nessa condição.
A pesquisa mostrou também que o número de empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado chegou a 11,9 milhões de pessoas, novo recorde na série histórica, o que representa estabilidade em relação ao trimestre anterior e alta de 2,4% frente ao mesmo período de 2018. Outro recorde foi na quantidade de trabalhadores por conta própria, que chegaram a 24,4 milhões de pessoas, com estabilidade frente ao trimestre anterior e alta de 3,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
De acordo com a analista da pesquisa Adriana Beringuy, “a estabilidade da taxa de desocupação está relacionada a um crescimento menor da população ocupada no trimestre móvel encerrado em outubro”.
Após crescer 1,3% entre maio e julho, um acréscimo de 1,2 milhão de pessoas ocupadas, o aumento verificado no trimestre que vai de agosto a outubro foi de 0,5%, cerca de 470 mil pessoas a mais. Com isso, o contingente de ocupados passa de 93,6 milhões entre maio e julho para 94,1 milhões entre agosto e outubro.
Já a redução da taxa de subutilização da força de trabalho está relacionada, segundo Adriana, “a um maior número de pessoas trabalhando mais horas, o que diminui o contingente de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas”, ou seja, aqueles que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam e estavam disponíveis para trabalhar mais.
Esse contingente de subocupados diminuiu 4,5% em relação ao trimestre anterior, uma redução de 332 mil pessoas. O número de desalentados também caiu 4,5% em relação ao trimestre anterior, 217 mil pessoas a menos.
Rendimento fica estável, mas massa de rendimento real cresce 1,8%
O rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi de R$ 2.317,00 no trimestre de agosto a outubro de 2019, registrando estabilidade frente ao trimestre de maio a julho de 2019 e também em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
A massa de rendimento real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi estimada em R$ 212,8 bilhões. Quando comparada ao trimestre móvel de maio a julho de 2019, cresceu 1,8%, ou seja, mais R$ 3,7 bilhões. É o primeiro aumento estatisticamente significativo desde o trimestre de agosto a outubro de 2017.
A analista da pesquisa explica que fatores como o aumento da população ocupada e a diminuição do número de pessoas subocupadas por insuficiência de horas podem contribuir para elevar essa massa de rendimento real.
Fonte: IBGE
Créditos: IBGE