A delegada Bárbara Lomba, responsável pelo início da investigação da morte do pastor Anderson do Carmo, disse em depoimento, que durou 1h12 minutos, que Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis não suportava o convívio com relações afetivas entre os membros da casa. Flávio e Lucas Cézar do Santos de Souza são réus no primeiro dia de julgamento por homicídio triplamente qualificado pela morte do pastor Anderson do Carmo. O julgamento dos demais réus não tem data marcada para acontecer.
“Havia relações sexuais entre todos. Era uma relação aberta (entre Flordelis e Anderson do Carmo). Flávio nunca aceitou e foi morar com a avó. Foi possível perceber que provocava um abalo emocional”, afirmou a delegada ao comentar o caso de um pastor que começou a se aproximar de Flordelis e frequentava a casa do casal com a esposa onde os quatro se relacionavam realizando troca de casais.
Flávio, que neste julgamento é representado pela Defensoria Pública, durante as investigações confessou que matou Anderson do Carmo. Nenhum dos dois, no entanto, entregavam a autoria do crime. O filho biológico de Flordelis alegava que sentia ódio porque, segundo ele, Anderson abusava de duas mulheres da casa. A delegada, no entanto, afirmou que essa versão não foi confirmada. Segundo Lomba, nenhuma mulher da casa endossou essa denúncia.
Ao ser questionada no Tribunal do Júri, Lomba afirmou que Flávio e Lucas eram peças manobradas. “Não eram eles que haviam planejado o homicídio sozinhos”, disse. As pessoas envolvidas na morte do pastor eram ligadas à ex-deputada Flordelis, sendo ou dependentes financeiramente ou pessoas que mantinham relação de subserviência e idolatria com a pastora, ressaltou a delegada. Além desta dependência, os envolvidos tinham desentendimentos com a vítima.
Lucas chegou a ser banido da casa por Anderson por seu envolvimento com o tráfico de drogas. Mas, o filho adotivo mantinha relações com a mãe, que o acolhia, segundo o depoimento da delegada. Foi um usuário de drogas, conhecido de Lucas, quem providenciou a pistola 9mm que matou Anderson do Carmo em uma favela no Complexo da Maré, segundo os delegados Bárbara Lomba e Allan Duarte, que assumiram as investigação em momentos diferentes, e confirmaram ainda que Flávio fez curso de tiro. O armamento custou R$ 8,5 mil e foi pago em notas de 100 reais por Flávio, segundo depoimento do irmão Lucas.
Lomba afirmou que Flávio não tinha fonte de renda para comprar a arma e era sustentado pela mãe. “Ele não trabalhava. Disse que fazia Uber, mas isso não foi comprovado”, afirmou Lomba em depoimento. O delegado Allan Duarte afirmou que a arma foi obtida dois dias antes do crime e ressaltou que a pistola era argentina e tinha mira a laser.
Carta de Lucas foi elaborada por Flordelis
Outro ponto abordado pelo júri foi a redação de uma carta por Lucas de dentro do presídio Bandeira Stampa na qual ele atribui o crime ao irmão Mizael. A delegada Barbara Lomba disse que na prisão, Lucas sofria pressão para mudar sua versão. A visitante de um policial que estava no mesmo presídio começou a manter conversas por mensagens com Flordelis. Essa mulher de nome Andreia, teria entregue a carta escrita por Flordelis para que Lucas copiasse. Esta versão foi relatada por Lucas à delegada Barbara Lomba. A investigadora afirmou que o texto de uma página era vago e não serviria para descrever um crime.
Fonte: Meia Hora
Créditos: Polêmica Paraíba