Em entrevista exclusiva para Universa, Neto fala sobre a rapidez com que conseguiu negociar a compra dos exemplares. “Eu estava me preparando para gravar os vídeos diários do meu canal, quando soube do absurdo que estava acontecendo. Imediatamente, acionei grandes amigos do mercado editorial que estavam na Bienal e contei a eles o que eu queria fazer. Eles executaram tudo com perfeição, mobilizando dezenas de pessoas no evento. Todo mundo abraçou a causa, foi algo realmente lindo”, conta.
A polêmica em torno do começou na última quinta-feira (5), depois que o prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella mandou apreender os exemplares da HQ Vingadores – A Cruzada das Crianças, da Marvel, por conter imagens ilustrativas de um beijo gay. Após a decisão do prefeito, a Bienal do Livro do Rio de Janeiro se tornou um espaço importante de resistência LGBT.
Para Neto, o momento que o Brasil vive hoje não é conservador, mas, sim, reacionário. “[Esse momento] é doentio e amedrontador. E a única forma de vencermos essa ameaça é com amor e luta, promovendo a união e a democracia”, diz.
Entre as discussões que tomaram conta das redes sociais sobre censura, o próprio youtuber foi alvo de ataques de pessoas que relembraram declarações homofóbicas que ele fez no começo da carreira. Questionado pela reportagem sobre a mudança de comportamento, Neto assume: “Cresci em um ambiente conservador, acreditando que a homossexualidade era algo absolutamente errado”.
A mudança de opinião, entretanto, começou quando ele começou a ler sobre o assunto. “É por isso que eu quero que esse livros sejam lidos. Minha mudança veio graças a um despertar de interesse pela literatura e pela pesquisa, e até por isso é tão importante fomentarmos a literatura para os jovens. O livro liberta”, diz.
Com mais de 34 milhões de inscritos em seu canal no YouTube, sendo considerado uma das principais vozes entre o público jovem, o youtuber entende que, como influenciador, precisa passar a mensagem de respeito à diversidade de forma clara.
“Os jovens não querem sermões, eles querem exemplos. Por isso eu sinto que fazer a minha parte é mais sólido e importante do que apenas discursar sobre os temas (que também é importante). Em tempos tão sombrios, é fundamental ensinarmos aos jovens cada vez mais sobre a importância do amor e da diversidade”, garante.
“Até agora, ninguém tentou me impedir de distribuir esses exemplares. E, se tivessem feito, não adiantaria”.
Fonte: UOL
Créditos: UOL