Escritora de 92 anos morreu na tarde de quarta em sua casa, no Ipiranga. Ela deixou três livros escritos, que ainda serão publicados pela família.
O corpo da escritora espírita Zibia Gasparetto é velado nesta quinta-feira (11) no Cemitério Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. O enterro está marcado para as 15h.
Segundo amigos da família, Zibia lutava desde o início do ano contra um câncer no pâncreas. Ela morreu dormindo em sua casa, no Ipiranga, também na Zona Sul da capital, na quarta (10).
Natural de Campinas, interior do estado, Zibia ficou conhecida na literatura espírita. Ela se dedicou ao espiritismo por 68 anos e tem 58 obras publicadas, com mais de 18 milhões de exemplares vendidos. Durante sua carreira, a escritora também ganhou notoriedade como médium.
Entre as principais obras estão “O amor venceu”, “Eles continuam entre nós” e “A vida sabe o que faz”.
De origem italiana, Zibia Gasparetto foi casada com Aldo Luiz Gasparetto. Juntos, estudaram a doutrina espírita e passaram a frequentar reuniões públicas da Federação Espírita do Estado de São Paulo, além de realizar estudos em casa.
Zibia deixa dois filhos, Irineu e Silvana Gasparetto, de 65 e 61 anos, respectivamente. Outros três filhos já faleceram.
Segundo Irineu, sua mãe sempre foi muito alegre, e neste ano não foi diferente, mesmo sabendo da gravidade da doença. Para ele, a obra dela orienta as pessoas “a relevar, perdoar, a compreender, que são requisitos básicos do bem, que a gente sabe, mas tem dificuldade para fazer”.
Irineu disse que os livros da Zibia ajudam a “pensar o que estão fazendo delas mesmas”. “Tudo é escolha, você está onde você se põe”, analisa o filho de 65 anos durante o velório.
Uma das netas, Vanessa Gasparetto, de 35 anos, disse que a avó “parecia uma adolescente”. “Brincava demais com as enfermeiras, era o tempo todo assim. E sempre com música”. Vanessa conta que ela gostava de ouvir os cantores Pery Ribeiro e Emílio Santiago.
Livros póstumos
A outra filha viva de Zibia, Silvana contou que a mãe deixou três livros escritos: dois romances e um livro de mensagens, com perguntas e respostas.
Silvana trabalhava com a mãe, e disse que, até janeiro, ela seguia trabalhando todos os dias desde 8h. Na parte da tarde, psicografava. Em fevereiro, descobriu a doença.
Silvana disse que a família “não tem pressa” e “precisa digerir” este momento para depois trabalhar as novas obras. O livro de mensagens deve ser o primeiro a ser lançado, já que chegou a ser revisado por Zibia. “Ela era muito exigente, gostava de revisar tudo ela mesma”, disse Silvana.
A filha disse que a mãe trabalhava “24h se dedicando para as pessoas”. Zibia passava horas autografando livros de fãs. “As pessoas vinham com pilhas de livros, e ela fazia questão de assinar todos”.
Os livros de cabeceira de Zibia eram “O advogado de Deus” e “Pelas portas do coração”, contou a filha.
Entre os três filhos de Zibia que já faleceram está o também médium Luiz Gasparetto, morto em maio deste ano vítima de câncer no pulmão.
Homenagem
A editora “Vida e Consciência”, responsável pelas publicações de Zibia, divulgou, em seu site, uma nota sobre o falecimento da autora.
“Foram mais de 68 anos dedicados ao espiritismo, 58 obras publicadas e mais de 18 milhões de livros vendidos. Agradecemos de coração a todos que permitiram que seus ensinamentos de luz permeassem e transbordassem em suas vidas. Esse legado será eterno e os conhecimentos de Zibia sobre as relações humanas e espirituais serão transmitidos por muitas e muitas gerações. Ela segue em paz ao plano espiritual, olhando por todos nós. Feliz recomeço!”, afirma o texto.
Fonte: G1
Créditos: G1