Enquanto Jair Bolsonaro força a reabertura do comércio e o Brasil bate recorde de mortos em pleno pico da pandemia do coronavírus, Amapá, Pernambuco, Acre, Rio Grande do Norte e Maranhão estão à beira de um colapso em seus sistemas de saúde, com mais de 90% dos leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) ocupados. No Ceará, Rio de Janeiro, Roraima, Espírito Santo e Pará esse indíce está acima de 80%.
A situação mais crítica é no Amapá, que já registrou 237 mortes pela Covid-19 e tem 99% dos leitos de UTI ocupados. O estado decretou isolamento social rígido no dia 15 de maio, mas afrouxou as regras nesta terça-feira (2). Nos próximos dez dias, comércio e escolas permanecem fechados, mas não há mais restrição para a circulação de pessoas nas ruas como nas últimas semanas.
No Acre, o cenário é parecido: 45 dos 47 leitos de UTI da rede estadual estão ocupados. No Nordeste, Maranhão e Rio Grande do Norte têm ocupação ascendente dos leitos para pacientes graves. No Rio Grande do Norte, a taxa de ocupação aumentou de 86% para 91% em uma semana.
No Rio de Janeiro, que tem 86% dos 651 leitos de UTI ocupados, a reabertura do comércio, que teve início nesta terça-feira (2) na capital, deve gerar uma nova onda de casos em duas semanas, segundo especialistas. Ontem, o estado registrou 6.010 óbitos —com recorde de mortes em 24 horas (324)— e 59.240 casos registrados de coronavírus. A capital é o epicentro da pandemia no estado, com 4.055 mortes.
Síndrome Respiratória Aguda
Nesta quinta-feira (3), o Brasil registrou um novo recorde diário de mortes, com 1.349 óbitos, além de 28.633 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas. O país atingiu um total de 32.548 mortes e 584.016 casos confirmados, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde na noite desta quarta-feira (3).
Em meio à pandemia do coronavírus, o número de óbitos em decorrência de Síndrome Respiratória Aguda Grave no Brasil cresceu 20 vezes em relação ao ano passado, de acordo com as declarações de óbito registradas nos cartórios do país, divulgados no Portal da Transparência da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen).
A comparação foi realizada no período de 16 de março — quando houve a primeira morte por covid-19 no Brasil — e 3 de junho. Em 2019, foram 349 óbitos que tiveram SRAG como causa registrada. Neste ano, já são mais de 20 vezes essa quantidade: 6.994 mortes.
Fonte: Fórum
Créditos: –