Nova forma de viver

Coronavírus e Transtorno Mental; os inimigos silenciosos que afetam a sociedade - Por Suedna Lima

A nova forma de viver vem fazendo as pessoas acumular sentimentos como preocupação, angústia, culpa, tristeza, entre vários outros, e infelizmente nem todo mundo sabe lidar com um turbilhão de sentimentos em meio a uma luta diária contra um inimigo silencioso, contra um inimigo que anda por ai de forma invisível, contaminando várias pessoas e tirando a vida de muitas delas.

 

 

 

A saúde mental sempre foi algo com que nós devemos nos preocupar, mas nos últimos dias esta preocupação vem aumentando cada vez mais. Com a chegada da Covid-19 o mundo se colocou em uma situação incomum, com o isolamento social todas as pessoas precisaram se adaptar a uma nova forma de viver.

A nova forma de viver vem fazendo as pessoas acumular sentimentos como preocupação, angústia, culpa, tristeza, entre vários outros, e infelizmente nem todo mundo sabe lidar com um turbilhão de sentimentos em meio a uma luta diária contra um inimigo silencioso, contra um inimigo que anda por ai de forma invisível, contaminando várias pessoas e tirando a vida de muitas delas.

Com tantas preocupações e incertezas, isso vem gerando consequências complicadas para todos, além de termos que lidar com mortes e notícias tristes diariamente, de afetar a economia, pequenas empresas e comércios, o Coronavírus vai ainda maios longe, toda esta situação também tem o poder de afetar a saúde mental das pessoas.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, no ano passado o Brasil sofria uma epidemia de ansiedade, e foi destacado como o país mais ansioso do mundo. Após essa onda de estragos à saúde causada pelo coronavírus, acredito que as pessoas estão sofrendo ainda mais deste mal.

Dando uma olhada pelas redes sociais é possível perceber relatos de muitas pessoas que estão sofrendo de ansiedade ou de insônia, por exemplo. Além disso tem as crises de pânico, estresse em excesso, e cada pessoa vai respondendo de diferentes formas.

Em conversa com a Psicóloga Mayara Almeida, ela explica que fomos pegos de surpresa; o misto de medo, susto, perdas e insegurança, pode mesmo afetar as nossas emoções e deixar tudo muito maior, e bem mais em pessoas que já vivenciavam algum quadro de transtorno mental sem tratamento.

“Pessoas que foram acometidas por perdas de familiares ou amigos, perda de emprego, convivência sem trégua com filhos e cônjuges, podem ter apresentando um estranhamento natural, mas se não pensado, elaborado, pode ecoar num adoecimento físico e mental. ” Explica a Psicóloga.

 

Para ajudar no misto de sentimentos, e manter a saúde mental em dia, Mayara aconselha a dividirmos as tarefas e criar rotina possível dentro de casa. Diminuir a busca por informação, alimentar-se e dormir bem, praticar a escrita, como possibilidade de expressar o que sente, também podem influenciar positivamente e ajudar a atravessar a situação

Ainda falando sobre as mudanças que a Covid trouxe para as nossas vidas, muitos profissionais estão tendo que reinventar a forma de trabalhar; com o isolamento social, muitas pessoas estão tendo que trabalhar de forma remota e se adaptar ao Home Office.

 Com vários amigos professores, venho percebendo que os profissionais da área estão tendo dificuldades em relação a cuidar da saúde mental; os professores e professoras precisaram se reinventar para desempenhar suas atividades em um momento que a sociedade está envolvida em um turbilhão de sentimento. Como citou a Psicóloga Mayara “A Educação já vinha passando por mudanças difíceis a alguns anos – por conta da rigidez que contém, no que diz respeito à inclusão, por exemplo. Esta mudança, foi incisiva, dura, para muitos, pois foi percebido (de forma mais amarga) que a tecnologia não está aí para todos e ainda assim, foi preciso dar conta de algo. ”

Os Nossos heróis da educação, que tanto lutam para ter um reconhecimento, neste período vem lutando ainda mais para se manterem firmes diante da situação atual em que nos encontramos.

Mayara afirma que eles também estão na linha de frente, da educação, do caminho que junta o coletivo e acolhe a diversidade, e conclui desejando que sejam fortes e corajosos porque quando tudo isso passar, haverá crianças animadíssimas para abraçá-los. E, eu tenho certeza que quando tudo isso passar, os “tios” e “tias” vão receber muito carinho e afeto dos seus alunos.

O coronavírus tem afetado também a vida de muitos idosos, que por serem do grupo de risco, é necessário que principalmente eles se mantenham em isolamento. E, infelizmente a grande maioria estão tendo que enfrentar este momento longe dos filhos e netos; e alguns acabam desenvolvendo estresses e crises de ansiedade por não poder sair de casa e não ter a família por perto fisicamente; o lado bom é que temos a internet e a tecnologia a nosso favor, e podemos usa-las para mantermos o contato com os nossos pais e avós, e ajudá-los a passar por esse momento com mais leveza. A psicóloga afirma que manter uma rotina de ligação por chamada de vídeo é importante, pois é o mais próximo da presença física. De acordo com Mayara, brincar através de histórias, músicas e incentivar a espiritualidade também é uma forma de ajudar.

Nem só os adultos estão tendo a saúde mental afetada, quem tem criança em casa acaba tendo uma preocupação maior por tentar manter a rotina dos pequenos, que também acabam sendo afetados por estresses, e respondendo de diferentes maneiras, por isso muitos pais e mães estão tendo preocupação dobrada durante a quarentena, tendo que observar e identificar a mudança de humor e o comportamento da criança.

Mayara conta para a gente que nesta situação os pais precisam conversar, acolher e oferecer segurança para os pequenos. “A situação é nova para todos e as crianças sentem, de um jeito individual, por isso faz-se necessário observar a frequência de sentimentos como irritabilidade excessiva, insônia, inapetência, excesso de alimentação e medos que não cessam. Se necessário, buscar apoio psicológico online para compreensão da situação. ” Acrescentou.

Diante de tantas dúvidas e incertezas, infelizmente não há um fim à vista. Não sabemos se estaremos enfrentando o vírus no próximo mês, ou nos próximos três meses, ou quem sabe até o final do ano; não sei até quando estarei por aqui cobrindo a pandemia. Mas, o importante neste momento é nos mantermos firmes, e termos esperança.

É importante cuidarmos da nossa saúde mental, estabelecer uma rotina, fazer terapia online, manter um contato virtual com pessoas queridas, praticar meditação, ouvir música e aproveitar o momento para fazer atividades que se gosta.

Além disso é importante também ter empatia neste momento, estamos em uma situação que não há espaço para egoísmo, egocentrismo ou orgulho. Nós nunca vivenciamos uma crise como esta, e sem dúvida estamos todos muito assustados. O medo de contrair o vírus é um em meio a tantos outros.

Este momento nós precisamos passar juntos, procurando cultivar pensamentos positivos e ajudarmos uns aos outros da forma que for possível. Se colocar no lugar do outro é fundamental. Não se sinta sozinhx! Você está isoladx em casa, mas está rodeadxs de pessoas na mesma situação; e que estão prontos para te ajudar.

Fonte: Suedna Lima
Créditos: Polêmica Paraíba