“Ele não frequenta a escola, ensinamos em casa!” É um pouco estranho ouvir essa informação de pais de uma criança em idade escolar, mas é assim que funciona o ensino domiciliar ou ‘Homeschooling’ (em inglês), que consiste em aulas realizadas em casa, com a supervisão de professores particulares ou até mesmo dos pais ou responsáveis.
Segundo a Associação Nacional de Educação Domiciliar (ANED), a modalidade vem crescendo no Brasil por motivo de insatisfação com o sistema educacional padrão, o alto custo de escolas particulares e por segurança física e psicológica.
“Eu apoio e acho super válido, mas temos que ter cuidado por conta do convívio. É uma forma de focar, de concentrar, é uma forma da gente ensinar sem aquele tempo rígido. Tem criança que não funciona assim, podemos adaptar melhor cada criança, no seu ambiente, no seu tempo, na sua forma de aprender, mas sempre tendo cuidado com isso de isolar demais a criança, manter sempre no convívio social com outras”, diz Carol Costa, que é mãe de duas crianças.
Em maio de 2015 o tema foi abordado no Supremo Tribunal Federal, mas a polêmica modalidade de ensino ainda não foi regulamentada no Brasil, por confrontar o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), que estabelece que “os pais ou responsável tem a obrigação de matricular seus filhos na rede regular de ensino”, já a Lei de Diretrizes e Bases diz que “é dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula, a partir dos sete anos de idade, no ensino fundamental” e a própria Constituição, que configura abandono intelectual, com detenção de 15 dias a um mês.
Para a professora Maíra Costa, existem dois lados: “Vejo dois pontos que devem ser levados em consideração. Claro que no ensino domiciliar o aluno terá mais aproveitamento, pois ele terá toda a atenção do mediador, ele não precisará dividir essa atenção com outros alunos. Em contrapartida, um lado muito importante é perdido: a interação, o convívio, o viver em sociedade. A escola tem papel fundamental em fazer com que convivamos em sociedade. Além disso, na sala de aula normal, outros alunos podem levantar dúvidas, que às vezes, podem ‘passar batido’ para uma pessoa.”
O sistema de ensino domiciliar segmenta posições, de um lado pais e alguns educadores insatisfeitos com o método de ensino padrão, que buscam uma forma de educar eficaz, do outro lado as leis, educadores, o governo e juristas que alegam que o ‘Homeschooling’, pode ser prejudicial pois faz com que a criança não tenha convívio e interação social com outras crianças.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba