Prefeito de São Bernardo de 1977 a 1982, o advogado Antônio Tito Costa morreu neste sábado, aos 100 anos. O velório e enterro será na cidade de Torrinha, no Interior do Estado, onde ele nasceu.
A informação foi confirmada por Tito Costa Filho, um de seus cinco filhos com Léa Nunes Costa (falecida em 1996). O prefeito Orlando Morando (PSDB) publicou mensagem de luto da cidade. “Registro aqui a minha tristeza e ao mesmo tempo o reconhecimento deste homem público de tamanha importância, que não apenas serviu como prefeito a cidade de São Bernardo, mas colaborou muito para a democracia do nosso País.”
Tito se formou em Direito na Faculdade do Largo São Francisco da USP (Universidade de São Paulo) em 1950. Na mesma época, conheceu Lauro Gomes de Almeida no frigorífico Wilson. Eleito prefeito de São Bernardo em 1951, Lauro Gomes convidou Tito para assessorá-lo juridicamente. Esteve com Lauro até sua morte, em 1964.
Depois, atuou como advogado até 1976, quando se elegeu vereador em Torrinha, sua cidade natal. No mesmo ano, disputou – e venceu – as eleições para prefeito de São Bernardo.
Tito ficou conhecido como prefeito que deu guarida ao movimento grevista sindical do fim dos anos 1970 e início dos anos 1980 do Grande ABC, atos que foram decisivos no processo de redemocratização do País e contestação da ditadura militar.
Em 1986, foi eleito deputado federal constituinte. Sua última vitória eleitoral foi em 1992, quando foi eleito vice-prefeito na chapa encabeçada por Walter Demarchi. Em 1996, candidatou-se ao Paço novamente, terminou na segunda colocação, atrás de Maurício Soares.
Tito nunca ficou fora dos movimentos políticos de São Bernardo depois do revés de 1996, porém, se consolidou na área jurídica como um dos maiores especialistas do País no Direito Eleitoral. Ele é autor de livros que até hoje embasam decisões eleitorais no Brasil. Tito Costa foi o primeiro advogado do Brasil sem um cargo público ou privado a receber a Ordem do Mérito do Tribunal Superior Eleitoral Assis Brasil em seu grau maior, o de Grã-Cruz. Ele também foi vice-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo.
Fonte: Diário do Grande ABC
Créditos: Polêmica Paraíba