O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) citou, em tom de ameaça, a facilidade de se impor uma ditadura no Brasil ao comentar as críticas que tem recebido no combate à covid-19.
“Lembra daquele vídeo nosso que vazou?! [Vídeo] Que não era par ter vazado, mas o ministro Celso de Mello [do STF] falou que tinha que botar para fora, que eu havia interferido na PF [Polícia Federal]?! Viram primeiro que não havia interferência nenhuma, e, em dado momento, falei aquilo, é espontâneo: ‘como é fácil impor uma ditadura no Brasil’. Vou repetir: como é fácil impor uma ditadura no Brasil”, reforçou Bolsonaro.
“Repito, eu faço o que o povo quiser. E digo mais: sou o chefe supremo das Forças Armadas. As Forças Armadas acompanham o que está acontecendo. As críticas em cima de generais, não é o momento de fazer isso. Se um general errar, paciência, vai pagar. Se eu errar, eu pago; se alguém da Câmara dos Deputados errar, pague. Se alguém do Supremo errar, um ou dois, que paguem. Agora, essa crítica de esculhambar todo mundo… Nós vivemos um momento de 64 a 85. Você decida aí o que achou daquele período. Pense. Não vou entrar em detalhe aqui”, acrescentou.
O período mais recente da ditadura militar no Brasil ocorreu entre os anos de 1964 e 1985. Com o argumento de evitar a realização de uma ditadura comunista no Brasil, em período de Guerra Fria, as Forças Armadas brasileiras realizaram um golpe de Estado em 31 de março de 1964, que depôs o então presidente João Goulart.
Ainda durante a live, Bolsonaro disse que está “antevendo um problema sério”, mas optou por não explicar qual seria, sob a justificativa de não estimular a violência.
“A pessoa com fome perde a razão, topa tudo. Estamos segurando o Brasil. Estou antevendo um problema sério no Brasil, não quero falar que problemas são esses porque não quero que digam que estou estimulando a violência, mas teremos problemas sérios pela frente”, pontuou.
“Eu tenho como garantir a nossa liberdade, eu sou o garantidor da democracia. Tendo em vista a situação que está acontecendo no Brasil, usam o vírus para que? Para te oprimir, humilhar, para tentar quebrar a economia”.
Bolsonaro ressaltou que o seu exército é o povo, a quem, segundo ele, deve “lealdade absoluta”. “Como é que posso resolver a situação? Eu tenho que ter apoio. Vou ficar sozinho nessa briga? O meu Exército, com quem tenho falado o tempo todo, é o povo. Sempre digo que eu devo lealdade absoluta ao povo brasileiro, e esse povo está em toda sociedade, inclusive o Exército fardado. A vocês eu devo lealdade, eu faço o que vocês quiserem, porque essa é minha missão como chefe de Estado.”
Fonte: Uol
Créditos: Uol