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Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomenda a proibição de festividades de final de ano e do Carnaval - VEJA BOLETIM 

O Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomendou por meio de boletim, a proibição de festividades de final de ano e do Carnaval na região Nordeste, para conter o avanço do coronavírus.  

O Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomendou por meio de boletim, a proibição de festividades de final de ano e do Carnaval na região Nordeste, para conter o avanço do coronavírus.

VEJA BOLETIM:

A pandemia da Covid-19 no Brasil, e em particular na Região Nordeste, em breve completará dois anos. Desde o registro oficial do primeiro caso comunitário no país em fevereiro de 2020, assistiu-se a uma completa apatia do Governo Federal não somente se ausentando do seu enfrentamento, como também, em alguns momentos, se contrapondo às ações de controle e contenção implementadas pelas administrações Estaduais e Municipais. O ano de 2020 transcorreu com desencontros nas medidas de controle, o que certamente contribuiu para o grande aumento nos números de casos e de mortes por COVID-19.

O ano de 2021 iniciou com o caos na saúde pública em Manaus e avançou para o todo o país com uma nova variante de preocupação do SARS-CoV-2 (variante Gama). Também no início do ano, e mais uma vez com a visível falta de apoio do Governo Federal, começou no país a vacinação contra a COVID-19, possibilitada pela participação ativa do Instituto Butantan e da Fiocruz na finalização da produção das vacinas Coronavac e VaxZevria (AstraZeneca), respectivamente. Posteriormente, foram também incluídas as vacinas da Janssen e Pfizer no esquema vacinal. Porém, o ritmo lento de vacinação, causado principalmente pela falta de vacinas, não evitou o grande aumento dos números de casos e de mortes, provocando uma segunda onda da doença mais intensa que a primeira. Em junho de 2021, foram registrados os primeiros casos de outra variante, a Delta, aparentemente mais transmissível e potencialmente capaz de produzir casos mais graves, e que naquele momento já circulava intensamente em países do hemisfério norte. Entretanto, até o
momento ela não provocou uma terceira onda no Brasil. Desde julho os números têm diminuído, mas de forma muito lenta. A média diária de novos casos está em torno de 10 mil e a média diária de mortes em torno de 230 há várias semanas.

No momento, o País se encontra com 63% da sua população total e 75% da sua população de maiores de 12 anos completamente vacinada. Apesar da importância das vacinas em prevenir casos severos, elas têm menor efetividade em indivíduos idosos e no bloqueio da circulação do vírus. Além disto, tem sido documentada que a duração do seu efeito se reduz com relativa rapidez. Estas observações estimulam a adoção do reforço vacinal, principalmente entre os idosos. No momento o país conta com 7.7% da população com reforço vacinal.  pandemia é um fenômeno global que atinge todo o planeta e muito do que se observa nos outros países pode vir a ocorrer no Brasil, portanto a análise das suas tendências deve ter isto sempre em consideração. Apesar de as vacinas já estarem em uso há mais de um ano, problemas têm limitado os seus efeitos plenos no controle da pandemia.

Por um lado, os países ricos, apesar do excesso de suprimento têm registrado o crescimento do negacionismo científico, alimentado por movimentos da extrema-direita política, que têm como consequência a hesitação de partes significativas de suas populações em se vacinar. Por outro lado, os países pobres, em especial do continente africano, convivem com a falta crônica de recursos para aquisição de vacinas e a falta de mecanismos internacionais que supram essa carência e corrijam suas baixas taxas de vacinação. Este fato é importante, pois expõe as desigualdades entre países e evidencia a falta de solidariedade internacional.  Além disto, existe uma questão de ordem científica que tem sido repetidamente colocada por especialistas e temida pelos responsáveis pelos programas de vacinação: a maior probabilidade do surgimento de variantes virais nestas áreas com mais baixas taxas de vacinação. E o mais importante é que estas novas variantes podem, não somente ser mais transmissíveis e mais patogênicas, como também evadirem da imunidade produzidas pelas vacinas. Não por acaso, que a identificação recente de uma nova variante na África do Sul, denominada Ômicron, esteja gerando tamanha tensão e expectativas entre políticos, gestores e especialistas.

Tendo em vista o quadro global e nacional atual da pandemia e as incertezas futuras existentes, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomenda aos Governantes Estaduais e Municipais: 1- Intensificar a vacinação com vistas a alcançar, no mais breve espaço de tempo possível, uma maior parcela da população com vacinação completa. Para isto é importante fazer busca ativa daqueles que ainda não receberam a segunda dose visando completar a imunização. Recomenda-se utilizar a estratégia e a rede da saúde da família do SUS, com os agentes comunitários participando intensamente desta busca e ampliar os locais de vacinação nas cidades em locais de grande circulação de pessoas;

2- Para ampliar o ritmo da vacinação, o C4 recomenda também fazer a aplicação da vacina nas escolas, para atingir a maior cobertura de vacinação com a primeira e a segunda dose nos adolescentes. E quando possível, fazer a utilização volante de viaturas como o carro da vacina, em analogia com o carro do ovo nas cidades, em que se utiliza serviço de som, como já é feito em algumas cidades. Também é importante fazer ampla divulgação nas mídias em campanhas para convocar a população sobre a necessidade de completar a vacinação com duas doses e sobre a dose de reforço para a população idosa;

3- Manter o uso obrigatório de máscaras faciais e outras medidas de proteção individual e coletiva, como a exigência do passaporte de vacina para entrada em cinemas, teatros, estádios de futebol, etc;

4- Utilizar o capital político de governadores e outros atores políticos para estimular a solidariedade internacional com vistas a desenvolver mecanismos que ampliem a vacinação
globalmente, em especial nos países africanos; 5- Identificar todas as possíveis barreiras que vêm dificultando a expansão da cobertura vacinal na população (operacionais, hesitação vacinal, etc.) e implementar os mecanismos para superálas;

6- Cancelar a realização das festividades de final do ano e do Carnaval que possam gerar aglomerações, pois estas intensificariam a transmissão do vírus e resultariam em nova onda da pandemia.

Situação da Paraíba

Situação atual e projeções numéricas avaliadas em 26/11/2021 A Paraíba totaliza 460.032 casos confirmados da doença, que estão distribuídos por todos os 223 municípios com 9.516 mortes. As previsões para novos casos e novas mortes continuam fornecendo evidência de estabilidade para os próximos 30 dias. 58,08% (57,5% MS) de toda a população do Estado está imunizada com duas doses das vacinas para Covid-19 e a estimativa do número reprodutivo efetivo R(t) foi 0,83. Apesar dos dados animadores acerca da redução
de casos e da vacinação, AINDA NÃO HÁ SEGURANÇA SANITÁRIA PLENA PARA REALIZAÇÃO DE EVENTOS COM GRANDE QUANTIDADE DE PÚBLICO DEVIDO AOS RISCOS DE DISSEMINAÇÃO DA COVID-19 E POSSIBILIDADE DA OCORRÊNCIA DE NOVAS VARIANTES. O risco epidêmico permanece alta e a interiorização de casos continua, e por esta razão o risco de uma nova onda de casos ocorrer no Estado não deve ser descartado. Sobre o retorno às atividades escolares, a Paraíba está realizando pesquisa inédita no Brasil sobre testagem em discentes e docentes das escolas do Estado, denominada Pesquisa Continuar Cuidando – Educação, a qual é realizada por meio de parceria entre o Observatório de Síndromes Respiratórias da UFPB e Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia – SEECT. O Secretário de Estado da Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, em reunião com secretários estaduais e com o ministro da saúde Marcelo Queiroga, pediu união contra a realização de “megaeventos” no País nos próximos meses, como forma de evitar um recrudescimento da pandemia da Covid-19.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Ascom