A variante P.1 do coronavírus, encontrada pela primeira vez em Manaus, pode comprometer o desenvolvimento de anticorpos contra a Covid-19. Essa é a observação feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no boletim epidemiológico semanal divulgado na terça-feira (9).
De acordo com a organização, “as mutações detectadas na variante P1 podem potencialmente reduzir a neutralização de anticorpos; no entanto, estudos adicionais são necessários para avaliar se há mudanças na transmissibilidade, gravidade ou atividade de neutralização de anticorpos como resultado dessas novas variantes”.
O boletim ainda chama a atenção para a proporção de casos detectados da nova variante em Manaus, que foi identificada pela primeira vez em dezembro de 2020. A proporção de diagnósticos positivos para a nova variante saltou de 52% em dezembro do ano passado para 85% em janeiro de 2021. Mesmo assim, ainda de acordo com a OMS, uma “segunda onda” de casos de Covid-19 no Brasil está mostrando sinais de declínio.
Segundo o último boletim epidemiológico na capital amazonense, Manaus já registrou 129.721 casos de Covid-19 e 6.484 óbitos, com uma taxa de letalidade de 5% – mais que duas vezes a taxa de letalidade nacional, de 2,4%, segundo o Ministério da Saúde. Já a taxa de ocupação de leitos de UTI destinados à Covid-19 na rede pública de Manaus está em 91,09%, enquanto em leitos clínicos, está em 79,88%.
De acordo com um levantamento feito pela CNN Brasil, a nova variante P.1. já foi encontrada em 13 países.
Ainda segundo o boletim divulgado pela OMS, o número global de casos de Covid-19 apresentou queda pela quarta semana seguida. Segundo o relatório, na última semana foram registradas 3.1 milhões de novas infecções, o que representa uma queda de quase 17% em relação à semana passada (3.7 milhões). O número também significa o menor volume de novos casos desde a semana de 26 de outubro de 2020, há 15 semanas. de acordo com a organização.
Segundo a OMS, o número global de mortes pela doença também está em queda: 88 mil mortes foram registradas no mundo na última semana, ou seja, cerca de 10% menos do que o registrado na semana anterior (96 mil).
Para o diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom, países devem compartilhar suas vacinas com o resto do mundo, mesmo que não tenham vacinado toda a população. A recomendação do diretor-geral da organização também foi divulgada no boletim epidemiológico semanal.
Segundo Tedros, “uma vez que os países vacinaram seus próprios profissionais de saúde e idosos, a melhor maneira de proteger o resto de sua própria população é compartilhar vacinas para que outros países possam fazer o mesmo. Isso porque quanto mais demorarmos para vacinar aqueles que estão em maior risco em todos os cantos do mundo, mais oportunidades damos ao vírus de sofrer mutações e comprometer o efeito das vacinas.”
De acordo com o boletim da OMS, a distribuição global de vacinas deve ser uma prioridade para conter a pandemia. A organização atualmente é responsável pelo Covax, esquema global de compartilhamento de vacinas contra o Covid-19.
O boletim ainda aponta para a cautela que governos devem ter com a retomada das atividades. Segundo o diretor-geral da OMS, os países não devem “se apressar” para flexibilizar medidas restritivas, pois as vacinas “não controlam a pandemia sozinhas”.
Segundo o painel de monitoramento da Universidade Johns Hopkins, o mundo registrou 106.9 milhões de casos de Covid-19 e mais de 2,3 milhões de óbitos até a manhã desta quarta-feira (10).
Fonte: CNN Brasil
Créditos: CNN Brasil