Covid-19

CENÁRIO DOS PRESIDENCIÁVEIS: como vão se alinhar os prováveis candidatos ao Governo da Paraíba?

Faltando mais de um ano para a eleição de 2022, as discussões sobre os rumos do país no pós-pandemia da Covid-19, já tomam conta do debate político nacional.

Faltando mais de um ano para a eleição de 2022, as discussões sobre os rumos do país no pós-pandemia da Covid-19, já tomam conta do debate político nacional. Diariamente, pesquisas são publicadas com a aferição da preferência popular para a Presidência da República, e os rumos da opinião pública indicam uma antecipação do cenário previsto para o próximo ano.

Essa discussão ficou ainda mais evidente depois das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que reabilitaram as condições políticas e jurídicas para que o ex-presidente Lula (PT) possa disputar o Planalto, forçando naturalmente uma polarização com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Se nas eleições municipais de 2020 o Centro foi o protagonista, para o próximo ano ainda não se vislumbra essa possibilidade, de modo que postulantes desse espectro político, ou candidatos considerados moderados, ainda não contam com adesão popular, isso graças à polarização que ora se estabelece.

Além de Bolsonaro e Lula, levantamentos dos principais institutos de pesquisa apontam pelo menos 7 nomes que podem disputar a presidência da República: Guilherme Boulos (PSOL), Ciro Gomes (PDT), Luciano Huck (sem partido), Luíza Trajano (sem partido), João Dória (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Sérgio Moro (sem partido). Também é mencionado o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que poderá entrar na disputa tucana pela candidatura em 2022.

Com base nesse cenário, os olhares também se voltam para as disputas nos estados, onde os candidatos que buscavam fugir dos extremos viverão o dilema de escolher qual o caminho a seguir e, certamente, serão cobrados por seus eleitores por suas posições.

Cenário na Paraíba

Na Paraíba, pelo menos cinco nomes são lembrados. No campo da esquerda, o atual governador, João Azevêdo (Cidadania), deve buscar a reeleição e é praticamente certo que esteja na disputa. Ele se identifica com pautas progressistas, mas mantém boa relação institucional com o Governo Federal na seara administrativa.

Recentemente, Azevêdo considerou correta a decisão do STF em anular as condenações contra o ex-presidente Lula, mas não confirmou se deve apoiar o petista em 2022. Outros partidos de esquerda, a exemplo do PSOL e Rede Sustentabilidade, articulam uma frente para lançar outro nome nome ao Governo do Estado, ainda mais alinhado ao que consideram como pautas da esquerda.

Oposição

A posição também se articula para lançar um candidato, mas ainda não há unidade. Pré-candidato ao Governo da Paraíba pelo PSDB, o deputado Pedro Cunha Lima tem defendido um nome ‘moderado’ para unir o país em meio ao clima de divisão política. Recentemente, elogiou a postura do governador Eduardo Leite para assumir esse papel.

Quem também é lembrado para a disputa estadual é o ex-senador  e ex-governador Cássio Cunha Lima, pai de Pedro, que atualmente participa de um movimento em prol da vacinação contra Covid-19, liderado pela empresária Luíza Trajano, também cotada para a Presidência.

Do mesmo espectro político, a senadora Daniella Ribeiro (PP) é um nome que pode surpreender. Eleita em 2018 para o Senado Federal, compõe o núcleo partidário de Centro, e seu partido, presidido pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), está atualmente na base do presidente Jair Bolsonaro. Quando questionada sobre a discussão eleitoral, sempre diz ainda não haver clima para discutir o tema, enfatizando o discurso contra a pandemia.

Direita

A direita também deve ter candidatos no próximo ano, na Paraíba, e deve buscar o apoio do presidente Jair Bolsonaro. Assim como ocorreu nas eleições municipais em João Pessoa, quando se dividiu, provavelmente repetirá o cenário em 2022.  O ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), é um dos pré-candidatos desse espectro. Ele tem a seu favor, além dos resultados administrativos que deixou na cidade, uma amizade com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Rodrigues já conta com inúmeros acenos do presidente sobre um provável apoio em 2022, mas não é questão definida. Causa preocupação a recente denúncia do Ministério Público no âmbito da Operação Calvário sobre suposto envolvimento do ex-prefeito em recebimento de propinas, o que ele nega com veemência.

Em outra via, o ex-candidato à Prefeitura de João Pessoa, Nilvan Ferreira (MDB) e o deputado estadual Wallber Virgolino (Patriota) anunciaram uma aliança política para a eleição do próximo ano. Eles pretendem buscar o apoio do presidente Jair Bolsonaro e defender as pautas consideradas conservadoras, atualmente com forte relevância e evidência no cenário nacional.

Esse é, a princípio, o desenho de agora. Mas, até 2022, há uma pandemia a ser vencida, além de inúmeros problemas políticos, partidários e jurídicos a serem resolvidos, em Brasília e na Paraíba. O quadro de agora poderá ser completamente redefinido. A preço de hoje, porém, a grande dúvida é saber como esses futuros postulantes vão se posicionar no espectro político e na corrida presidencial, sobretudo em meio à reação popular aos efeitos da pandemia.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba