responde por abandono de incapaz

Caso Miguel: Após audiência de quase 8 h, Sarí Côrte Real não é interrogada

Foi concluída no final da tarde de hoje, no Cica (Centro Integrado da Criança e do Adolescente), no Recife, a primeira audiência de instrução do Caso Miguel.

Foi concluída no final da tarde de hoje, no Cica (Centro Integrado da Criança e do Adolescente), no Recife, a primeira audiência de instrução do Caso Miguel. Ao contrário do que se previa, Sarí Côrte Real não foi interrogada hoje. O TJPE (Tribunal de Justiça de Pernambuco) irá marcar uma nova data para a oitiva da ré. Além dela, falta falar em juízo uma testemunha de defesa.

Foram convocadas nove testemunhas de acusação, indicadas pelo MPPE (Ministério Público de Pernambuco). Mas somente oito foram ouvidas na 1ª Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente da Capital, localizada dentro do Cica. O MPPE desistiu da nona testemunha, que seria ouvida por meio de videoconferência. A defesa concordou com a retirada.

Da defesa, foram arroladas nove. Quatro foram ouvidas em juízo nesta quinta-feira e outras quatro irão depor por carta precatória – segundo o TJPE, isso acontece quando há “testemunhas ou partes processuais que residem em outra comarca, de cidades ou estados diferentes”. A nona, que também é testemunha de acusação, irá depor presencialmente como defesa na mesma data do interrogatório de Sarí.

Ao término dessa primeira audiência, que teve quase oito horas de duração, Sarí e Mirtes Renata, mãe de Miguel, deixaram o Cica sem falar com a imprensa. Mirtes se dirigiu a sede do Gajop (Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações), para dar uma entrevista coletiva aos jornalistas sobre o dia de hoje.

Protesto
Pela manhã, familiares do menino Miguel e ativistas realizaram uma manifestação pedindo justiça pela morte da criança. Na frente do Cica, manifestantes seguraram faixas com palavras de ordem, como “Vidas Negras Importam” e “Em defesa da vida das crianças negras”. Uma equipe do 16º Batalhão da PM (Polícia Militar) acompanhou o ato.

A tia-avó de Miguel, Sandra Maria de Santana, clamou pela condenação de Sarí. “Foi abandono de incapaz. Ela teve tudo nas mãos para reverter essa situação e não fez. Porque qualquer pessoa teria feito o contrário do que ela fez. Quero que ela seja condenada pelo que fez”.

Caso Miguel
Sarí Côrte Real foi denunciada pelo MPPE por abandono de incapaz com resultado morte do menino Miguel, agravado por ser crime contra criança e ocorrido no meio de uma crise sanitária. Segundo a denúncia, aceita pelo TJPE, a criança estava sob a tutela provisória de Sarí, pois sua mãe, Mirtes, estava passeando com a cadela da patroa.

Miguel estava em busca da mãe, quando saiu do apartamento de Sarí e ficou correndo entre os elevadores do prédio. Em dado momento, a primeira-dama de Tamandaré deixa a criança sozinha no elevador. Segundo a perícia policial, Miguel saiu do 5º para o 9º andar e, de lá, escalou uma janela e caiu. O inquérito policial foi finalizado em 1º de julho.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: uol