'injustiça'

CASO DANIEL: mãe de gêmeo fala em retaliação e mentiras de Brittes

A suposta participação de Eduardo Purkote, 18 anos, um dos irmãos gêmeos preso no caso Daniel, é vista por Viviane Purkote, mãe do sétimo suspeito detido no crime, como injusta. Segundo ela, o jovem não conhecia Daniel e os relatos de Edison Brittes Júnior, assassino confesso, têm contradições. A corretora de imóveis também garantiu que o filho não mantinha relação com a família Brittes. Um novo depoimento de Eduardo está marcado para esta segunda-feira (19).

“Meu filho está muito abalado e depressivo”, lamentou Viviane, em entrevista ao UOL Esportes. “Estou desesperada, pois do dia para a noite meu filho passou de testemunha a ‘criminoso’. Está há três dias preso injustamente, por testemunhos mentirosos que ainda não entendemos o motivo”. O rapaz foi apontado como um dos agressores da vítima. Uma testemunha contou que foi ele quem entregou a faca a “Juninho”, além de ter quebrado o celular de Daniel.

Viviane também comentou que o depoimento de Edison contra o jovem pode ser represália pelo fato de Eduardo ter negado acusações como o arrombamento da porta do quarto e ter ouvido gritos vindo do local. Em seu primeiro depoimento, Juninho disse que cometeu o assassinato porque a esposa, Cristiana – que também foi presa – estaria sendo estuprada pelo jogador.

“Sabíamos que o depoimento de meu filho traria uma reviravolta no caso, pois ele relatou sobre a porta não ter sido arrombada, por não terem ouvido os gritos de socorro da Cristiana e outros detalhes, estávamos com nossas consciências tranquilas”, disse.

Azul x cinza

A cor da camiseta de Eduardo no dia do crime, segundo Viviane, era cinza clara, contradizendo a versão de Edison, que afirmou ser escura a tonalidade da roupa. “Sempre peço a meus filhos para mandarem foto das festas que estão, tanto que às 4h09 da manhã de sábado recebi uma foto de meu filho na qual meus dois filhos aparecem um de camiseta branca e outro de camiseta cinza clara. Isso contraria o depoimento do Edison que cita o gêmeo de camiseta escura como sendo o agressor do Daniel”, ponderou.

Amizade entre Daniel e os Brittes

À reportagem, Viviane disse que Eduardo e o irmão gêmeo dele conheceu Allana e os pais dela no fim de agosto deste ano. “Foi através do convite de um amigo em comum. Minha família nunca ouviu falar destas pessoas ao contrário do que cita algumas reportagens que ‘eram amigos de escola’. Eles voltaram a falar nesta menina no final do mês de outubro de 2018 quando esse mesmo amigo falou da festa de 18 anos e se eles queriam ir para colocá-los na lista, meus filhos pediram e eu concordei”, elucidou Viviane.

A mãe do sétimo suspeito também afirmou que nem ela nem os filhos tinham ouvido falar em Daniel. “Em momento algum souberam da presença do jogador Daniel na boate, pois o local estava muito cheio e eram dois camarotes reservados, meus filhos ficaram com os amigos aqui da cidade. Na casa também não o viram. Lá não notaram a chegada e a presença do Daniel, pois eles ficaram na parte de trás da casa no salão de festas”.

Viviane concorreu nas eleições de 2016 ao cargo de vereadora de São José dos Pinhais pela Rede, mas perdeu. Seu marido foi vice-prefeito da cidade. “Meu marido já não tem mais contato algum com a política há 6 anos, quando concluiu o mandato como vice-prefeito da cidade”, ressaltou.

Reação de Eduardo pós-morte

“No dia 27 de outubro pela manhã eles comentaram que estavam indo para o apartamento de outro amigo no centro. Percebi que algo havia acontecido pela mudança repentina de planos. Quando chegaram em casa percebi algo estranho no ar, estavam muito nervosos e apreensivos. No domingo (28), à noite percebi uma inquietação maior ainda entre os dois”, contou Viviane.

Ela ainda acrescentou que só depois soube que Allana começou a ligar insistentemente para um dos filhos, que não atendia o telefone. “Quando recebeu uma mensagem dela dizendo que era para ele atender ao telefone e passar o endereço, pois ela e seus pais estavam vindo a nossa casa e seu pai tinha que conversar com eles. Meu filho atendeu ao telefone em pânico e combinou então para que se encontrassem no shopping no outro dia por ser um local público e com câmeras. Ao contrário do que falam, ‘do almoço descontraído’ no shopping, meus filhos estavam apavorados”.

Entenda o caso

O meia Daniel, ex-São Paulo e que estava emprestado ao São Bento, foi encontrado morto em um matagal em São José dos Pinhais, no Paraná, no último dia 27. Ele foi achado nu, com o pescoço cortado em dois lugares e o pênis decepado. Até o momento, sete pessoas já foram presas. O casal Edison e Cristiana Brittes, além da filha, Allana, serão indiciados por homicídio qualificado e coação de testemunhas pela morte do jogador. Outros quatro jovens, sendo um deles primo de Cristiana, também foram detidos.

Fonte: Noticias ao minuto
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