Após tecer críticas ao presidente Jair Bolsonaro, o cantor e compositor Chico Cesar entrou no radar do bolsonarismo.
No RN os ataques já começaram após ele, vacinado, cancelar o show de inauguração do Forte dos Reis Magos por testar positivo para covid. Piadas circularam sobre o fato e ele já vinha sendo objeto de notícias falsas com viés antivacina por aqui – “está vendo, criticou o negacionismo de Bolsonaro, mas pegou covid”. É de conhecimento público que a vacina não impede o contágio, mas possibilita que o caso não evolua para internação e óbito. Só aquele velho desejo de colocar o sarrafo no chão para tornar os absurdos ditos e feitos por Bolsonaro aceitáveis.
Agora, a coisa ganhou mais uma impulsão de fumaça. O questionamento é sobre o fato dele ter cobrado menos em outras cidades, cerca da metade do valor, e 90 mil por aqui.
Se existisse o mínimo de seriedade na inquirição, o benefício da dúvida, uma apuraçãozinha, o bolsonarismo local teria atentado para um dado óbvio – os outros shows foram no formato de voz e violão. Enquanto que aqui toda uma banda iria tocar. E o mais evidente – qualquer artista cobra mais caro em datas festivas concorridas, em especial no dia 25 de dezembro. Mas para quê a realidade se a invencionice virará regra entre quem não tem um senso crítico, digamos, minimamente calibrado?!
Acompanhar bolsonaristas levantarem dúvidas a respeito do talento de Chico Cesar não surpreende. O amor que eles têm pelo conhecimento e pela cultura é dado bem notório da realidade. Caetano Veloso e Chico Buarque já foram objeto dos mesmíssimos ataques.
Mas a piada foi mesmo ler gente exigindo que fosse feita uma licitação, como o deputado Kelps Lima. Ora, não existe licitação para artista, a não ser que alguém acredite na possibilidade de concorrência para um show de Roberto Carlos e 10 propostas diferentes apareçam ou que se avalie um processo licitatório entre Ivete Sangalo e Daniela Mercury.
Fonte: O Potiguar
Créditos: O Potiguar