O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, disse que “não há possibilidade” de prorrogação do período de saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “Não haverá prorrogação. Acreditamos que o governo já fez um grande gesto”, disse Occhi. “Foi uma grande medida do governo federal”, completou. Segundo a Caixa, há 6,79 milhões de contas com R$ 5,85 bilhões a sacar.
Occhi comentou que apenas alguns casos poderão sacar os recursos até 31 de dezembro de 2018: trabalhadores com doença grave ou que estão ou estavam presos no período normal de saque que terminou em julho. Nesses casos, é preciso levar documentação que comprove a situação à Caixa para a retirada de recursos.
Além desses casos, o presidente disse que os cotistas poderão sacar o dinheiro nos momentos tradicionais: para compra de imóvel, em caso de aposentadoria, em caso de doença grave ou após três anos de inatividade da conta.
Occhi comentou ainda que o presidente Michel Temer deve anunciar nesta semana a distribuição de dividendos das contas do FGTS. O presidente da Caixa disse que não poderia antecipar os dados aos jornalistas.
Perfil
O presidente da Caixa Econômica Federal anunciou estudo do Ministério do Planejamento que mostra que 36% dos R$ 44 bilhões sacados das contas inativas do FGTS foram destinados ao pagamento ou amortização de dívidas.
“Acredito que isso ajudou muito na economia e todos os setores”, disse o presidente da instituição. “E ajudou principalmente porque deu uma nova oportunidade aos trabalhadores de aquisição de bens, de voltar ao mercado, regularizar a situação (de crédito)”, disse o presidente da Caixa, ao apresentar o balanço final dos saques das contas inativas.
Durante a apresentação, Occhi comemorou os saques, que superaram a expectativa da própria instituição financeira. “Superamos as expectativas”, disse, ao comentar que transmitiu os números ao presidente Michel Temer, que, segundo ele, demonstrou satisfação com a iniciativa e elogiou o trabalho do banco estatal.
Lotex
O presidente da Caixa disse ainda que a decisão sobre o futuro do braço de loterias instantâneas do banco, a Lotex, é do Ministério da Fazenda. “A Lotex é uma decisão que está no Ministério da Fazenda, que decidirá se o que vai ser feito é concessão ou privatização. Eles estão avaliando os dois estudos sobre esses modelos”, disse o executivo em entrevista.
Caixa Seguridade
Sobre a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade, Occhi comentou que “não se fala” no tema há seis meses dentro da instituição financeira. “Não há nenhuma expectativa ou previsão. Não estamos trabalhando com IPO da Caixa Seguridade neste ano”, disse. Occhi repetiu a explicação de que qualquer novidade nesse processo depende de uma definição no chamado “balcão da Caixa” – condições comerciais do contrato com a sócia francesa CNP Assurances.
Fonte: Estadão