O Instituto Butantan depende da chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA) da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, até o dia 20 para cumprir o prazo de entrega de mais um lote de cerca de 5 milhões de doses do imunizante até o final do mês, disse o presidente do Butantan, Dimas Covas.
Em entrevista coletiva na sede do instituto, que nesta quarta-feira entregou mais 1 milhão de doses da vacina ao Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, totalizando 40,7 milhões até o momento, Covas reiterou que o instituto não tem mais estoque de IFA para envasar mais vacinas.
Questionado se o cumprimento do prazo dependia da chegada de uma remessa de 3 mil litros do insumo prevista para até 20 e abril, ele concordou.
Na segunda-feira, quando o Butantan entregou mais 1,5 milhão de doses da CoronaVac ao PNI, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), garantiu que o prazo de 30 de abril para as 46 milhões de doses da vacina seria cumprido. Também presente na coletiva desta quarta, Doria não comentou as declarações do presidente do Butantan.
Covas também foi indagado se, com a chegada do IFA no dia 20, haveria tempo de envasar e entregar pouco mais de 5 milhões de doses dentro do prazo.
“Ele chega até o dia 20. Nós estamos com a expectativa de que ele chegue antes e vamos iniciar a produção rapidamente. Vinte dias de produção é o máximo (para fabricação), também estamos trabalhando na possibilidade de encurtar o prazo de liberação”, afirmou.
O Butantan também havia afirmado que um segundo lote de IFA, também com 3 mil litros, chegaria ainda no mês de abril. Nesta quarta, no entanto, Covas disse que ainda não há autorização por parte do governo chinês para embarque da matéria-prima.
“O segundo lote de 3 mil (litros) ainda não tem autorização Estamos aguardando essa autorização, o material está pronto, mas nós não temos ainda a autorização para fazer a importação desse material”, afirmou.
Cada um dos lotes de 3 mil litros de IFA é suficiente para o Butantan envasar 5 milhões de doses da CoronaVac, vacina que está sendo majoritariamente usada na campanha de vacinação contra Covid-19 no Brasil.
As doses da vacina da AstraZeneca –algumas importadas prontas e outras envasadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)– ainda são em quantidades reduzidas, devido a atrasos no cronograma de entregas da Fiocruz, ligada ao governo federal.
Covas afirmou que o Butantan tem trabalhado para aumentar o volume de chegada de IFA da CoronaVac e disse que, a partir do segundo semestre, o fluxo dever ser normalizado com a entrada em funcionamento de uma nova fábrica da Sinovac na China.
“O que nós pretendemos neste momento é que o volume de matéria-prima seja aumentado. Então neste momento a participação do governo chinês tem sido fundamental exatamente neste sentido. A Sinovac começa a colocar em funcionamento uma terceira linha, portanto com uma grande capacidade de produção e isso pode melhorar muito o aspecto dos quantitativos de vacinas a partir do segundo semestre”, disse.
DOSES ADICIONAIS
O contrato do Butantan com o Ministério da Saúde prevê, além da entrega de 46 milhões de doses da CoronaVac até abril, mais 54 milhões de doses até o final de setembro, que o Butantan promete antecipar para agosto.
Além disso, Doria reiterou que já autorizou a compra de mais de 30 milhões de doses após setembro para uso exclusivo em São Paulo e o Ministério da Saúde manifestou interesse na compra de mais 30 milhões de doses ainda neste ano.
“Nós temos esses 60 milhões –que incluem os 30 milhões de São Paulo, mais os 30 milhões do ministério– já acordados com a Sinovac”, disse Covas.
O governador do Estado de São Paulo, ao qual o Butantan é vinculado, também reiterou que, com a compra de doses exclusivas, todos os moradores de São Paulo serão vacinados contra a Covid-19 neste ano.”A partir de 30 de setembro, é o governo do Estado de São Paulo que é o comprador”, afirmou Doria.
“A partir de 30 de setembro, serão 30 milhões de doses para imunização dos brasileiros que residem em São Paulo. Volto a afirmar que, aqui em São Paulo, vamos vacinar, vamos imunizar, todos os brasileiros que podem ser vacinados, que podem ser imunizados até 31 de dezembro deste ano.”
Fonte: Istoé
Créditos: Polêmica Paraíba