Prejuízos

Brasileiro perdeu R$ 1,5 bi com golpes do Pix em 2023; saiba como se prevenir

Brasileiro perdeu R$ 1,5 bi com golpes do Pix em 2023; saiba como se prevenir

Criminosos desviaram R$ 1,5 bilhão em golpes do Pix ao longo de 2023. A informação, divulgada nesta terça (6), é da empresa de pagamentos em tempo real ACI Worldwide.

Segundo a estimativa, a cada R$ 10 mil movimentados em pagamentos instantâneos, que incluem Pix e TED, R$ 7 tiveram fins fraudulentos. Para chegar ao resultado, a ACI, com auxílio da empresa de estatística Global Data, usou sua própria base de atendimento, que chega a 40% dos consumidores do país, para retirar uma amostra que representasse o universo de pagamentos instantâneos, que movimentou R$ 19,4 trilhões em 2023.

O levantamento considera apenas os chamados golpes financeiros, em que o cliente é induzido a fazer a transferência para a conta do criminoso, usando as próprias credenciais. Fraudes que driblam a segurança dos bancos ficaram de fora dos cálculos.

No país, 27% dos golpes partiram de pedidos de pagamento antecipado por produtos ou serviços e 20% pediram transferência para compras de produtos. Sites e mensagens falsas são a principal isca para aplicar golpes, de acordo com o superintendente de inteligência em pagamentos da ACI, Cleber Martins.

Um exemplo disso é o recente golpe da taxa da blusinha, em que criminosos enviam uma mensagem solicitando um pagamento para liberar um produto comprado da China, supostamente preso nos Correios. O chamariz usado é a taxação imposta pelo governo aos produtos importados de marketplaces chineses.

Na sequência, vêm as ofertas de falsos investimentos, que respondem por 17% dos golpes, os pedidos de pagamento de dívidas em aberto (10%) e os chamados golpes do romance, em que o estelionatário finge manter um relacionamento íntimo com a vítima –são 7% dos casos. Outros 7% dos casos têm a ver com doação para causas, como a mobilização para reconstruir o Rio Grande do Sul.

Mais de 60% dos golpes envolvem transferências de menos de R$ 7.000, considerados pela ACI como valores módicos.

Na avaliação de Martins, os bancos brasileiros mantêm segurança apertada contra fraudes de maior monta. “Quem tenta comprar uma geladeira de R$ 20 mil por Pix normalmente vai receber uma ligação do banco perguntando se está tudo bem, e o cliente aceita essa restrição em nome da segurança.”

Nos Estados Unidos, onde há menos vigilância sobre os hábitos do consumidor, R$ 232 a cada R$ 10 mil movimentados em pagamentos instantâneos têm destino fraudulento. Na Austrália, a fração fica em R$ 82 a cada R$ 10 mil.

Ainda assim, há uma tendência de alta para os prejuízos com golpes: a projeção é que as perdas ultrapassem os R$ 3 bilhões em 2027, de acordo com a ACI.

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