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Brasil só vence a 3ª onda com 3 milhões de vacinas por dia e lockdown, diz médico e neurocientista Miguel Nicolelis

A conclusão é do médico e neurocientista Miguel Nicolelis, professor da Universidade de Duke, nos Estados Unidos.

Diante da 3ª onda da Covid-19 no Brasil, as únicas armas para evitar uma tragédia ainda maior são acelerar a vacinação – com três mil doses aplicadas diariamente – e adotar um lockdown nacional. A conclusão é do médico e neurocientista Miguel Nicolelis, professor da Universidade de Duke, nos Estados Unidos.

“Eu acredito que nós já estamos em uma 3ª onda. Estamos vendo de forma muito semelhante ao que aconteceu nas anteriores, só que o nosso patamar de início é bem mais alto. Quando falei em janeiro que teríamos 3 mil óbitos por dia em março, acharam que eu tinha perdido a razão”, disse o especialista em entrevista ao canal de CartaCapital no YouTube.

Há outro componente a ampliar o receio da 3ª onda: a entrada da chamada variante indiana no País. Isso, porém, poderia ter sido evitado, segundo Nicolelis, já que a Índia não tem um tráfego intenso de passageiros com o Brasil, ao contrário do que acontece com a Europa, a Austrália e a África do Sul.

“O Brasil tinha chance, sim, de ter evitado que essa variante chegasse aqui. Foi outro ato de incompetência. E é um erro que é cometido pela 3ª vez. Cometemos na 1ª onda, cometemos com a variante inglesa e agora estamos repetindo com a indiana, que é a mais preocupante do mundo neste momento”, avalia o neurocientista.

Embora não haja, até o momento, confirmação sobre uma maior letalidade desta variante indiana, há a indicação de uma capacidade de propagação mais elevada. Além disso, a cepa indiana que já está no Brasil não é a única a ter se ‘formado’ naquele país.

“A transmissibilidade, pelo menos segundo os colegas indianos, é sem dúvida maior. E tem ainda uma outra que vem de West Bengal [no leste da Índia] que talvez seja ainda pior, porque acumula mutações de três outras variantes”, acrescentou.

Ante o risco de disseminação da variante indiana, Miguel Nicolelis reforçou que “não podemos estar pensando em fazer aglomerações neste momento. Nem em estádio de futebol, nem em rua, nem em ato político”.

Fonte: Carta Capital
Créditos: Carta Capital