A economia brasileira gerou um saldo positivo de 110.431 postos de trabalhocom carteira assinada em agosto, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Mais cedo, segundo a Reuters, Temer afirmou, em cerimônia no Palácio do Planalto, que o País havia criado 117 mil empregos formais, número superior ao que indicou o resultado oficial.
“Eu recebi ainda ontem (quinta-feira, 20) à noite a notícia do ministro Caio, do Trabalho, que no mês de agosto foram abertas, ou contratadas, registradas 117 mil vagas. E é claro que nós precisamos de mais. Aliás, esse índice de agosto é um índice recorde, nos últimos tempos não houve em mês algum uma abertura tão grande, uma contratação tão grande quanto se deu no mês de agosto”, afirmou o presidente.
Ainda assim, o resultado é o melhor para o mês desde agosto de 2013, quando foram gerados 127.648 empregos formais. O mês de agosto é o oitavo seguido com criação de empregos formais, de acordo com a série histórica com ajuste sazonal. O mês registrou o segundo melhor desempenho do ano e atrás apenas de abril, quando a economia gerou 127.134 empregos formais.
O resultado superou as previsões dos economistas. Entre as 20 instituições consultadas pela pesquisa do Projeções Broadcast, as estimativas de saldo positivo iam de 37.313 empregos a 88.318 postos de trabalho, com mediana de 59.950 vagas.
O resultado mensal positivo foi puxado pelo setor de serviços, que registrou a criação de 66.256 empregos, seguido pelo comércio, que acumulou 17.859 novos empregos, e a indústria de transformação, com 15.764 novos trabalhadores.
Entre os demais setores, a construção civil criou 11.800 empregos, os serviços industriais de utilidade pública ganharam 1.240 postos, o segmento de extração mineral teve 467 empregos criados e a administração pública, outros 394 novos postos. Por outro lado, o agronegócio registrou fechamento de 3.349 empregos formais no mês passado. Esse foi o único setor econômico com fechamento de empregos no mês passado.
Alta é puxada pelo setor de serviços
O setor de serviços gerou mais de 66 mil empregos no mês passado com a liderança do segmento de ensino e das empresas de administração de imóveis. De acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira, 21, pelo Ministério do Trabalho, o subsetor de ensino gerou 20.338 empregos formais no mês passado e liderou a expansão do mercado de trabalho nos serviços. Em seguida, o segmento de comércio e administração de imóveis terminou o mês com 18.074 empregos formais.
Entre os demais subsetores dos serviços, o segmento de serviços de alojamento e alimentação contratou 12.832 empregados com carteira assinada, os serviços médicos abriram 8.525 vagas e os transportes e comunicações registraram 5.576 empregos novos no mês passado.
No comércio, que terminou o mês de agosto com 17.859 novos empregos, o segmento varejista liderou a criação de postos, com 14.019 empregos. O comércio atacadista fechou o mês com 3.840 novos empregos formais.
Na indústria, que terminou o mês com 15.764 empregos novos, a liderança do movimento foi da indústria de alimentos e bebidas, com 16.926 postos de trabalho. Também foram positivo o segmento da indústria química e produtos farmacêuticos (3.750) e a indústria mecânica (2.411).
O número do segmento é maior que o dado global porque alguns segmentos demitiram, como a indústria de borracha e fumo, que perdeu 4,979 empregos, e a indústria têxtil, que demitiu 2.738 pessoas.
Saldo de trabalho intermitente é positivo em quase 4 mil vagas
Quase 4 mil vagas de trabalho intermitente foram criadas no mês passado. Dados do Caged indicam que agosto terminou com a criação líquida de 3.996 empregos com contrato intermitente e abertura de outras 3.165 vagas pelo sistema de jornada parcial. Somados, os dois novos contratos criaram 7.161 empregos no mês passado. Os dois novos contratos foram criados pela reforma trabalhista.
De acordo com os dados do Ministério do Trabalho, o emprego intermitente registrou criação de 5.987 postos e fechamento de 1.991 vagas no mês. Entre os Estados com o maior número de contratações nesta modalidade, estão São Paulo (saldo positivo de 1.005), Rio de Janeiro (848) e Minas Gerais (463).
Já as contratações de trabalhadores em regime de tempo parcial tiveram saldo positivo gerado pelas 7.374 contratações e 4.2099 desligamentos. Os maiores saldos foram registrados em São Paulo (515), Paraná (424) e Ceará (405).O Caged informou ainda que houve 15.010 desligamentos por acordo no mês de junho.
Fonte: Estadão
Créditos: Estadão Conteúdo