opinião

Bolsonaro corre para os braços de Putin atrás de vídeos e fotos - Por Ricardo Noblat

Влади́мир Влади́мирович Пу́тин, no Ocidente conhecido como Vladimir Vladimirovitch Putin, ou simplesmente Vladimir Putin, exerce um inegável fascínio sobre governantes autoritários. Não por seu carisma, que é ralo, mas pelo poder que concentra em suas mãos e a forma como o exerce em toda a sua plenitude.

Влади́мир Влади́мирович Пу́тин, no Ocidente conhecido como Vladimir Vladimirovitch Putin, ou simplesmente Vladimir Putin, exerce um inegável fascínio sobre governantes autoritários. Não por seu carisma, que é ralo, mas pelo poder que concentra em suas mãos e a forma como o exerce em toda a sua plenitude.

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, nunca negou sua admiração por Putin. Nem Jair Bolsonaro, que hoje voa a Moscou ao seu encontro. Trump se deu bem com Kim Jong-um, o ditador da Coreia do Norte. Bolsonaro sempre ataca Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, mas inveja sua força.

Maduro, esse sim tem um Exército para chamar de seu, e tão corrupto quanto ele. Aqui, o Exército ajudou Bolsonaro a se eleger, ajuda-o a governar, e à falta de outro nome, em outubro digitará 22 na urna para derrotar Lula. 22 é o número do PL, partido alugado por Bolsonaro para ser candidato.

Amanhã, Olaf Scholz, o novo chanceler alemão, se reunirá com Putin em Moscou para lhe dar um duro recado: se a Rússia invadir a Ucrânia, a reação do Ocidente será ampla e imediata. Cerca de 130 mil soldados russos pesadamente armados cercam a Ucrânia. A invasão poderá acontecer a qualquer momento, ou não.

Bolsonaro torce para que não aconteça nas 24 horas em que ele estiver por lá. Não viaja em missão de paz, mas unicamente interessado em posar para fotos ao lado de Putin e quebrar o isolamento internacional em que vive. As fotos, vídeos e tudo mais que traga serão usados em sua campanha. É o que importa.

De Moscou, Bolsonaro vai a Budapeste, capital da Hungria. Ali, o primeiro-ministro Viktor Orbán é a referência planetária da extrema-direita. Orbán define o seu regime como uma “democracia iliberal” — de exaltação nacionalista e limitação das liberdades individuais. Ele veio à posse de Bolsonaro em 2019.

A Europa mantém as portas fechadas para o presidente do Brasil. O presidente norte-americano Joe Biden não faz a menor questão de recebê-lo na Casa Branca. Embora convidado, Bolsonaro negou-se a ir à posse do presidente recém-eleito do Chile, um esquerdista moderado. As relações do Brasil com a Argentina esfriaram.

Em outubro último, a Eurasia Group, uma das maiores empresas de consultoria de risco político do mundo, anunciou que Bolsonaro tinha grandes chances de disputar o segundo turno das eleições deste ano. Em relatório divulgado na semana passada, ela informou que Lula tem 70% de chances de se eleger presidente.

Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba