A bebê Catarina Vitória da Silva, que nasceu em um parto de emergência enquanto a mãe estava entubada por causa da Covid-19, recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Cruz, em Curitiba, neste sábado (9), segundo a família.
Conforme a tia da menina, Tatiane da Silva Lima, a criança nasceu de pouco mais mais de sete meses porque o estado de saúde da mãe,
Daiana da Costa, pirou rapidamente devido a Covid-19. A mãe tinha 33 anos anos, não tinha comorbidades e morreu vítima de complicações da doença no dia 26 de dezembro.
“Hoje meu irmão chegou em casa e falou: ‘Hoje um pedaço da Daiana volta para casa’. É bem isso, a presença da Daiana é muito forte nessa criança. Catarina nos traz amor, nos traz alegria de volta. Em honra à memória da Daiana, vamos fazer de tudo para a Catarina saber quem foi a mãe dela, sempre carinhosa, justa, digna, honrada, linda e batalhadora. Vamos fazer o nosso melhor para tentar amenizar a perda. Hoje o amor venceu a dor”, disse a tia.
A bebê está bem após ficar internada na UTI neonatal por 36 dias, principalmente, para ganhar peso.
Neste sábado, a equipe de enfermagem do hospital se emocionou na despedida, e uma das enfermeiras cantou para Catarina e o pai Helton da Silva.
“Foi linda a despedida do hospital, teve muita comemoração. Eles tocam um sininho quando um prematuro ganha alta e todo mundo chorou. A equipe de enfermagem chorou de alegria e teve uma enfermeira que cantou uma música para Catarina”, contou a tia.
Tatiane é irmã de Helton, que é esposo de Daiana. Ela contou que é madrinha da Catarina e ajudará a criar a menina ao lado do irmão.
Catarina é a primeira filha do casal. A vítima também deixou uma filha de 11 anos de outro relacionamento.
Respeitando as medidas sanitárias, parte da família do casal se reuniu neste sábado para conhecer e homenagear a criança.
Esperança
De acordo com Tatiane, a bebê está se recuperando bem e não toma nenhum remédio, mas requer cuidados especiais por ser prematura.
Nesta semana, ela recebeu as orientações da equipe de enfermagem da UTI para cuidar da menina.
A família deve evitar contato com Catarina nas primeiras semanas, pois ela esta com a imunidade baixa. A bebê ainda precisa ganhar mais peso para receber a vacinação de recém-nascido.
Tatiane disse ainda que ela e vários familiares foram infectados pela Covid-19. Mesmo assim, continuam usando máscara em casa para evitar qualquer exposição da criança ao vírus.
“Esse vírus mata, esse vírus destrói famílias. Se cuidem! Se você está grávida, não saia, não é necessário ir em feira ou em shopping. Reserve a sua vida e de quem você ama”, disse Tatiane.
O caso
Daiana era professora e morreu por complicações da Covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Vita, em Curitiba. No dia 3 de dezembro, ela deu à luz a Catarina por meio de uma cesária de emergência, enquanto estava entubada por causa da doença.
A grávida havia descoberto a Covid-19 no dia 1º de dezembro e foi internada, pois o estado de saúde se agravou rapidamente.
Conforme a cunhada da vítima, a família esperava que Daiana melhorasse após o parto, mas o pulmão dela não reagiu aos procedimentos médicos.
Segundo a família, os médicos resolveram fazer um parto de emergência porque não houve melhora no estado de saúde da mãe.
A equipe chegou a tentar uma transferência para outro hospital, já que a instituição não possui UTI neonatal, mas não foi possível. A partir daí, vários profissionais do Hospital Santa Cruz foram mobilizados para o parto.
De acordo com o médico superintendente do Hospital Vita, Osni Silvestre, a cesária foi necessária porque a gravidez comprime parte do pulmão, fazendo com que o corpo da gestante tenha que se esforçar mais para se recuperar de uma doença.
Após o nascimento, Catarina foi transferida para UTI neonatal do Hospital Santa Cruz.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: G1