O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta segunda-feira (9/8), que o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “apavorou” parlamentares no sentido de se posicionarem contra o voto impresso.
O mandatário da República lembrou que o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), definiu que a questão será decidida em plenário, apesar de ter sido derrotada na comissão especial. Bolsonaro, no entanto, admitiu que a proposta deve ser derrotada.
“Mas se não tiver uma negociação antes, um acordo, vai ser derrotada a proposta, porque o ministro Barroso apavorou alguns parlamentares, e tem parlamentar que deve alguma coisa na Justiça, deve no Supremo, né?”, apontou.
E explicou a declaração. “Então, o Barroso apavorou. Ele foi para dentro do Parlamento fazer reuniões com lideranças praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse o voto impresso”, disse o presidente em entrevista à rádio Brado, da Bahia.
Lira prevê para esta terça-feira (10/8) a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso. Com isso, ele atende aos apelos tanto da oposição quanto do vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), que almejam retirar o assunto da pauta da Casa o mais rapidamente possível, para que os deputados possam se preocupar com matérias consideradas mais importantes.
O assunto será tratado em um almoço com lideres partidários marcado para esta segunda-feira (9/8). A maioria dos líderes é a favor de que a proposta possa ter uma definição o quanto antes.
Apelo
Ainda na sexta-feira (6/7), logo após o anúncio feito por Lira de que levaria a proposta ao plenário, apesar de o parecer favorável ter sido derrotado na comissão especial, Ramos fez um apelo público ao presidente da Casa, pedindo pressa para que a votação aconteça.
Líderes de vários partidos vêm fechando posição contrária à matéria que tem motivado, inclusive, ataques de Bolsonaro a membros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial, ao ministro Barroso, que é um dos defensores do atual sistema eletrônico de votação.
Para ser aprovada, a PEC, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), terá de obter o apoio de três quintos dos parlamentares, ou seja, no mínimo 308 deputados, em dois turnos de votação. Depois disso, precisará ser apreciada pelo Senado e conseguir, no mínimo, 49 votos, também em dois turnos de votação.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba