O barulho de candidatos azarões ao governo de SC, pouco citados nas pesquisas das Eleições 2022, abafou os embates diretos entre os favoritos no debate da NSC, terça-feira (28). O eleitor interessado em observar diferenças nos planos de governo e nas formas de pensar o Estado deparou-se com baixaria e confusão, em que os protagonistas da disputa viraram coadjuvantes.
Jorge Boeira (PDT), na primeira réplica do debate, conseguiu a proeza de despertar dois pedidos de resposta dos adversários — ambos negados. Criticou de maneira ríspida os outros sete debatedores em apenas um minuto de fala.
Ralf Zimmer (PROS) deu razão ao horário do debate, que começou às 22h30min. Falou em casa de massagens, traição, maçonaria, sexo em repartição pública, corrupção e teve de responder sobre violência doméstica, mistura de temas e ataques difícil de acompanhar e que, em alguns casos, pediria classificação indicativa. A oratória histriônica claramente tentava atrair a atenção na marra, estratégia que em 2018 funcionou em muitas disputas eleitorais, mas hoje soa datada.
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Zimmer tanto bateu abaixo da linha da cintura que acabou proporcionando a Carlos Moisés (Republicanos) um minuto a mais para dirigir-se ao eleitor, no único direito de resposta concedido.
No meio do barata-voa, os candidatos que travam disputa particular pelo segundo turno recolheram-se nos primeiros dois blocos. O que houve de debate ocorreu já na madrugada desta quarta-feira.
Que contrato?
Os dois líderes na última pesquisa Ipec, Jorginho Mello (PL) e Moisés, replicaram e treplicaram no último bloco. O governador disse ter recebido pedido do senador para não suspender um contrato com fornecedor do Estado — o senador reagiu, classificando o relato como mentira.
Foi a deixa para Esperidião Amin (PP) buscar lugar na discussão e tentar atingir Jorginho, com quem disputa o eleitor bolsonarista. Pediu que Moisés revelasse qual foi o contrato mencionado — o que não ocorreu até o fim do programa.
Também no último bloco, Gean Loureiro (União) e Décio Lima (PT) compararam as gestões municipais em Florianópolis e Blumenau, mas já havia um clima de cansaço no ar. No meio do bate-boca, Odair Tramontin (Novo), moderado entre os azarões, foi perguntado sobre corrupção e violência contra a mulher, temas com os quais trabalhou na função de promotor. Mas também teve dificuldade para chamar atenção no meio de tanto ruído.
Com oito candidatos no estúdio, o último debate da campanha em Santa Catarina provou que a democracia é mesmo uma maravilha, como uma vez definiu Ciro Gomes, mas tem seus custos.
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Fonte: Evandro de Assis – NSC
Créditos: Polêmica Paraíba