Apesar a ampla divulgação dos crimes de João Teixeira de Faria, autointitulado “médium João de Deus”, ainda há muito a ser desvendado sobre ele e o maior caso de violência sexual já investigado no Brasil.
No livro “João de Deus — O Abuso da Fé”, a jornalista Cristina Fibe, uma das responsáveis pela revelação dos crimes pela imprensa, em 2018, conta diversos detalhes desconhecidos sobre a vida do ex-líder espiritual João Teixeira de Faria, condenado a mais de 60 anos de prisão. A obra será lançada em 14 de outubro pela Globo Livros.
O aniversário do “santo”
João diz ter nascido em 24 de junho de 1942. A data, que consta em suas biografias oficiais, era motivo de grandes festas em Abadiânia, nas quais o ex-líder espiritual recebia governadores, prefeitos, promotores, militares e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Os documentos do goiano, no entanto, mostram que ele não nasceu no Dia de São João, mas em 16 de junho de 1941. A diferença no registro nem seus amigos nem seus advogados conseguem explicar.
Mortes misteriosas
Um dos assessores mais próximos de João Teixeira foi assassinado no estacionamento da Casa de Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, em 1995. Era uma noite de dezembro quando Mário Rodrigues dos Reis, que trabalhava para João havia mais de 15 anos, foi perfurado por dez tiros dentro de um Fusca azul. Apontado pelo MP-GO (Ministério Público de Goiás) como mandante do homicídio, Urubatan Andrade da Mota, sobrinho de João de Deus, jamais foi punido. Quarenta e dois dias depois do assassinato de Mário Reis, Urubatan morreu num acidente de avião, deixando quatro filhos, três mulheres, uma fazenda, sete veículos, 140 vacas e inúmeras dívidas, acertadas pessoalmente pelo tio.
Expulso de casa
João de Deus chegou a ter uma filial da Casa de Dom Inácio no Rio Grande do Sul — e acabou expulso de lá depois de abusar da filha menor de idade de um dos empresários locais que mantinham a sucursal funcionando. A Casa Sul, localizada entre Canela e Três Coroas, abriu em 2007 para atender à alta demanda de clientes do dito médium na região. O goiano ia para lá regularmente, e a filial era mantida por voluntários que faziam desde a faxina até a sopa servida aos fiéis. Quando souberam da violência sexual cometida contra a filha de um deles, em 2012, os empresários se reuniram e convocaram João para uma reunião. O ex-líder foi ameaçado de morte e saiu para nunca mais voltar. Ninguém, porém, formalizou a denúncia.
As informações são da colunista Juliana Dal Piva, do UOL. Clique aqui e leia na íntegra
Fonte: UOL
Créditos: UOL