A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou no fim da noite uma notificação extrajudicial à rede X, antigo Twitter, pedindo providências sobre o ataque hacker à conta da primeira-dama, a socióloga Rosângela Silva, a Janja, que ocorreu por volta das 21h30 desta segunda-feira (11).
No documento, a AGU informa à rede, comandada pelo magnata Elon Musk, que o perfil de Janja “foi alvo de hacking, comprometendo a integridade e a confidencialidade de informações pessoais e profissionais”.
“Ademais, vem sendo utilizada para cometimento de crimes contra a honra em face do Exmo. Sr. Presidente da República”, segue o texto, incluindo um link com ataque a Lula.
A AGU, então, pede o “congelamento imediato da conta até a conclusão das investigações pertinentes, a fim de evitar danos adicionais” e a “preservação de todos os registros e elementos digitais relacionados à conta, incluindo, mas não se limitando a, logs de acesso, endereços IP, mensagens diretas, e quaisquer outras informações relevantes, a fim de subsidiar futuras ações judiciais”.
“A não observância das medidas ora requeridas será interpretada como lesão a direitos, inclusive por parte da plataforma, podendo ensejar a adoção das medidas judiciais cabíveis para
ressarcimento de danos, bem como para a responsabilização civil e penal dos infratores”, alerta a AGU.
Obedecendo determinação da Polícia Federal, a rede X bloqueou a conta de Janja e relatou aos investigadores que manteve os dados para serem entregues à investigação, que já foi aberta pela Diretoria de Crimes Cibernéticos.
Ataque hacker
O perfil oficial de Janja – @JanjaLula – foi invadido por um hacker identificado como Eduardo às 21h37 desta segunda-feira (11).
Em cerca de 51 minutos, o hacker fez 44 publicações, que ficaram disponíveis aos 1,2 milhão de seguidores da primeira-dama.
Logo na primeira postagem após a invasão, os hackers anunciaram a ação: “Hacked by Ludiwig and Smaldkade”. Na sequência, iniciou-se uma série de publicações criminosas, como “sou uma vagabunda estuprada” e “O Lula é um vagabundo”.
Além de ataques misóginos a Janja, o hacker também atacou Lula e fez menções a Jair Bolsonaro, Alexandre de Moraes, Enéas, Neymar, Gabigol e Benito Mussolini. O hacker também pediu que os usuários seguissem a conta “Anti-Comuna”, de um usuário “nacionalista, monarquista e neofascista”.
Em uma publicação de áudio feita às 22h07, um dos hackers se pronunciou sobre o crime através do perfil de Janja na rede X.
“Eu quero avisar que estou ciente que a PF está investigando isso daqui. Eu não estou nem aí, eu sei que vai dar alguma coisa, talvez dê, talvez não dê, depende do sistema judiciário desse país, que é quebrado, por sinal”, declarou.
Em nota, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência afirma que ” repudia veementemente o ataque hacker à conta da senhora Janja Lula da Silva, e informa que a Polícia Federal e a plataforma X (antigo Twitter) foram acionadas”.
“Todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas. Não serão tolerados crimes, discursos misóginos, o ódio e a intolerância nas redes sociais”, diz o texto.
Os perfis de Janja no Instagram e Facebook, que pertencem à Meta – empresa de Mark Zuckerberg -, não foram afetados.
O ataque ao perfil de Janja vem após evento do PT, no último sábado (9), no qual a primeira-dama teceu fortes críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aos seus apoiadores mais radicais.
“A gente precisa deixar esse período para trás e virar essa chave para usar o termo fascismo. Vamos deixar esse cara [Bolsonaro] no esgoto. Um lugar de direito para a história que é nada, lata de lixo (…) “A gente precisa deixar de usar o termo ‘bolsonarismo’. Esse cara [Bolsonaro] está inelegível e, se tudo der certo, logo ele vai estar ó…”, declarou, fazendo sinal de “cadeia” com as mãos.
Fonte: Polêmica Paraíba com Fórum
Créditos: Polêmica Paraíba