Durante os anos 60 e 70 do século XX foi muito comum dentre os hippies e a população new age(nova era) ao redor do mundo, a crença de que a Era de Aquário estaria aproximando-se e que a chegada desta nova fase cósmica afetaria a vida de toda a população do universo. Estes públicos apostavam que neste novo período o mundo viveria fenômenos como um maior combate a governos autoritários e formas de comunicação interpessoais cada vez mais rápidas. A Era de Aquário chegou e de certa forma trouxe aquilo que era esperado dela na forma de uma internet cada vez mais potente, redes sociais e a queda de ditaduras ao redor do globo.
Já no Brasil podemos dizer que atravessamos uma era diferente, ao menos quando falamos das eras que regem a política nacional. O longo período que marca nossa história desde que fomos elevados de colônia portuguesa a Reino Unido durante a regência de Dom João VI, tem muitas fases e neste ano estamos vivenciando o começo de uma. Esta fase deverá ser rápida assim como as comunicações ao redor do globo, mas com toda a certeza será marcante para o futuro do nosso país.
Podemos dizer que no Brasil de 2018 vimos nascer a Era do Judiciário, o momento em que o poder incumbido de julgar ganhou tamanha proporção que já não é mais um igual ao Legislativo e ao Executivo, mas o principal braço da democracia moderna brasileira. Em meio a um país guiado por uma população embriagada por uma sensação de impunidade em relação aos desmandos praticados pelos representantes do Legislativo e do Executivo nacional, juízes e procuradores foram dotados com ares de heroismo.
Assim como os hippies que acreditavam que com a Era de Aquário o mundo tornar-se-ia um lugar mais igualitário e que as ditaduras apenas viriam a serem conhecidas através dos livros de história, o povo brasileiro também deposita esperanças em sua própria era. Há uma esperança generalizada de que um judiciário mais jovem e que teria menor ligação com os vícios do passado conseguiria alvejar as páginas da política nacional e trazer uma renovação nos quadros públicos que é tida como tão necessária.
Em nosso país já vivenciamos períodos onde uma determinada parcela da sociedade chegou ao poder e determinou os rumos da nação, mas anteriormente esta assunção sempre deu-se por meio de uma quebra total ou parcial do modelo democrático vigente. Atualmente não, desta vez o povo enxerga que nesta mudança da composição da estrutura constitucionalmente estabelecida uma forma de encontrar o modelo ideal de uma república brasileira e apoia a mesma.
Talvez a nossa Era do Judiciário não traga tudo aquilo que nos promete, mas quem sabe assim como o advento da Era de Aquário motivou debates e instigou ideais em pessoas que futuramente vieram a ter papéis fundamentais na composição da sociedade, possamos vivenciar o mesmo. O brasileiro médio nunca sentiu-se tão interessado em discutir as decisões tomadas em Brasília quanto agora. Estamos vivenciando um engajamento que deverá levar ao alvorecer de um novo país em breve e o que definirá como será o Brasil que teremos ou que deixaremos para o futuro será a Era do Judiciário.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba