A suspeita de Covid-19 do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que foi utilizada como desculpa para que ele fugisse de seu depoimento, nesta semana, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as omissões do governo no combate à pandemia, a CPI do Genocídio, não impediu que o general recebesse, nesta quinta-feira (6), a visita do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni (DEM).
Inicialmente, o depoimento de Pazuello, o mais aguardado da CPI, estava marcado para quarta-feira (5). Na terça-feira (4), porém, o ex-ministro pediu para que sua audiência fosse virtual ou remarcada pelo fato de ele supostamente ter entrado em contato com dois servidores que testaram positivo para a Covid-19. O depoimento, então, foi reagendado para o dia 19, já que a recomendação é que pessoas que tenham suspeitas de terem contraído o vírus fiquem, ao menos, 14 dias em quarentena.
Apenas dois dias depois do anúncio da suspeita, no entanto, o general recebeu uma visita de Onyx no Hotel de Trânsito de Oficiais, onde mora, em Brasília. O flagrante foi feito pelo jornal Estadão, que viu o ministro de Bolsonaro entrando no hotel de Pazuello na parte da manhã.
O encontro não constava na agenda oficial do ministro, que neste horário deveria estar em reunião com o assessor José Vicente Santinino gabinete dentro do Palácio do Planalto.
O jornal paulista informa ainda que Pazuello, apesar de ter alegado suspeita de Covid, tem circulado sem máscara pelo hotel em que mora. Nem o ministro e nem o ex-ministro se pronunciaram sobre o encontro.
Ambos chegaram a testar positivo para a Covid-19 no ano passado, o que não impede a reinfecção.
Contratação de criminalista
Pazuello contratou o advogado criminalista Zoser Hardman para assessorá-lo em sua estratégia de defesa para o seu depoimento na CPI da Covid.
Hardman tem experiência em tribunais de júri e na defesa de investigados pelo Ministério Público e pela polícia. Entre os seus clientes estão Salvatore Cacciola e acusados de integrar milícias no Rio de Janeiro.
O criminalista já foi assessor especial do Ministério da Saúde e chegou à pasta na gestão de Nelson Teich e permaneceu quando Pazuello assumiu o ministério. Esse seria o motivo pelo qual o ex-ministro convocou o advogado: vivenciou a sua gestão diante da Saúde no governo Federal.
De acordo com informações da CNN Brasil, Hardman já tem atuado nos bastidores na estratégia jurídica da CPI. Ao ex-ministro Pazuello ele tem se baseado em um tripé: dar respostas curtas, não cair em provocações e evitar nas respostas dar munição para os senadores na réplica.
Fonte: POLÊMICA PARAÍBA
Créditos: REVISTA FÓRUM