"muitas azeitonas?"

Após 'lanche Maria da Penha' com 'repOLHO roxo', PM pede 'X-Marielle'

"Quero o X-Marielle", escreveu o cabo, que é um dos moderadores da comunidade no Facebook

Um diálogo envolvendo um cabo da Polícia Militar e o vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Salto (SP) chamou a atenção de internautas nesta quinta-feira (29) por envolver o nome da vereadora carioca Marielle Franco na polêmica que envolve uma hamburgueria do município paulista. O estabelecimento nomeou um sanduíche de “Maria da Penha”, numa referência à lei de combate à violência contra a mulher e listou os ingredientes do produto com destaque para o “repOLHO ROXO” (com destaque de cor roxa nas letras maiúsculas).

O caso passou a ser debatido na web e chegou até o grupo “Conecta Salto!”, que reúne 14.546 membros dispostos a discutir questões relacionadas ao dia a dia da cidade. Em uma publicação sobre o polêmico caso do sanduíche, o cabo da PM Jonatas Guedes mencionou de maneira jocosa o nome da parlamentar do Rio de Janeiro, que foi morta em março num crime que, oito meses depois, segue sem solução.

‘RepOLHO ROXO’: Hamburgueria cria lanche e batiza com nome da lei Maria da Penha

 

“Quero o X-Marielle”, escreveu o cabo, que é um dos moderadores da comunidade no Facebook.

Guedes foi respondido pelo advogado Flavio Roberto Garcia, que é vice-presidente da OAB saltense. A réplica feita pelo representante da instituição mencionava “azeitonas”, gíria conhecida como sinônimos de projéteis — Marielle morreu com quatro deles na cabeça .

“Muitas azeitonas?”, questionou Garcia, outro integrante da moderação.

A conversa entre os dois terminou com uma tréplica do agente policial:

“Não me recordo com quantas azeitonas vem”, publicou o PM.

Procurada pelo GLOBO, a OAB de Salto informou, em nota assinada pelo presidente Paulo Miranda Campos Filho, que não se manifesta sobre “interações pessoais” nas redes sociais e que se limita a responder “denúncias feitas de forma expressa” e encaminhadas à Comissão de Ética e Disciplina com a condição de que o profissional tenha cometido “algum deslize de ordem ética ou disciplinar no exercício de sua profissão”.

O advogado Flavio Garcia escreveu um pedido de desculpas em seu perfil no Facebook, onde escreveu que “brincadeiras indignas e desrespeitosas à relevante causa de Marielle Franco não devem, de forma alguma, ser aceitas”.

A PM de São Paulo classificou o comentário do cabo Jonatas Guedes como “de mau gosto e desnecessário” e afirmou, em nota, que não compartilha do teor da fala. Apesar da reprovação, a corporação disse também que “não proíbe a manifestação pública de seus integrantes” e que a publicação é de inteira responsabilidade do policial.

Fonte: Gazeta do Povo
Créditos: Gazeta do Povo