O Conselho de Administração da Petrobras nomeou Caio Mário Pae de Andrade como Conselheiro de Administração da Petrobras até a próxima Assembleia Geral de Acionistas, e o elegeu para o cargo de Presidente da companhia, este último com prazo de mandato até 13/04/2023.
Nesta segunda-feira (27), as ações da estatal fecharam o dia com as maiores altas de toda a Bolsa. A PETR3 ficou em primeiro lugar, registrando alta de 6,99%, seguinda da PETR4, que subiu 6,62%.
“Caio Mário Paes de Andrade é formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, possui pós-graduação em Administração e Gestão pela Harvard University e mestrado em Administração de Empresas pela Duke University. Em 2019 assumiu a Presidência do SERPRO, principal estatal de Tecnologia de Informação das Américas. Em seguida se tornou Secretário Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, antigo Ministério do Planejamento, onde coordenou a elaboração da Reforma Administrativa e da Plataforma GOV.BR, núcleo central da Transformação Digital do estado brasileiro”, diz o comunicado da Petrobras.
Pressão presidencial
Nas últimas semanas, a Petrobras tem sido pressionada pelo governo federal por conta dos sequênciais aumentos nos preços dos combustíveis.
A saída de José Mauro Ferreira Coelho da presidência, que deu espaço para a eleição de Paes de Andrade, já era pauta de debate do governo federal desde a metade deste mês de junho.
Com o novo aumento no preço dos combustíveis, anunciado no dia 17 deste mês, as pressões do governo ficaram ainda maiores. Horas após o anúncio, o presidente Jair Bolsonaro, em reunião com parlamentares, defendeu a realização de uma CPI para investigar os diretores da petroleira e acusou a estatal de estar traindo-nos população brasileira devido à política de lucros da empresa.
“É traição para com o povo brasileiro. O presidente, seus diretores e seu conselho traíram o povo. O lucro da Petrobras é algo estúpido. Ela lucra seis vezes mais que a média das petroleiras de todo o mundo” disse em entrevista à rádio Meio Dia Rio Grande do Norte.
Essa possibilidade de interferência na política de preços da estatal não tem agradado nem um pouco o mercado. Para Felipe Villegas, da Genial Investimentos, qualquer medida que interceda a paridade com os preços do petróleo internacionalmente, será prejudicial para as ações da companhia.
“Se tudo que está sendo discutido for para frente, qualquer medida acaba sendo negativa para a Petrobras, mas vamos ver como isso avança ou se é só uma jogada para tentar amenizar os efeitos impopulares que uma inflação causa para todo governo, principalmente por conta do aumento dos preços dos combustíveis”, comentou o analista.
O BTG Pactual concorda com a avaliação, e mostra um forte pessimismo não somente na interferência relacionada a política de preços mas também na troca do comando da petroleira.
“A Petrobras permanece altamente exposta ao sentimento político e a incerteza na alocação de capital no médio prazo continuará prejudicando o desempenho das ações. Mais do que definir um prazo mais curto ou mais longo para aumentos ou cortes de preços, a nova administração teria um grau razoavelmente alto de liberdade para interromper a venda de ativos (incluindo refinarias), aumentar o capex e reduzir dividendos. O cenário atual de altos preços do petróleo Brent em um ano eleitoral manterão as preocupações nessa frente. A Petrobras continua sendo nossa pior escolha em nossa cobertura de petróleo e mantemos nosso neutro na ação para os próximos 12 meses”, afirmaram os analistas do BTG Pedro Soares e Thiago Duarte.
Fonte: Polêmica PB
Créditos: Monitor do Mercado