Após chefiar as tropas da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), o Brasil já foi convidado para participar de pelo menos outras dez missões. Foi o que disse ontem o ministro da Defesa,Cerimônia de desmobilização contou com a presença do Ministro da Defesa, Raul Jungman, e do comandante.
Raul Jungmann, após a cerimônia que encerrou 13 anos de atividades operacionais.
Segundo ele, a República Centro-Africana é o destino mais estudado, mas o envio das tropas para lá dependerá da decisão do presidente Michel Temer e do Congresso. “Há um pedido, temos fortíssima relação com a Africa e precisamos manter o nível de treinamento que alcançamos na missão do Haiti”, disse, como justificativas para o envio de tropas. Questionado sobre o período de crise vivido pelo País, respondeu com uma pergunta: “Será que vamos parar tudo porque vivemos uma crise?”.
Também caberá ao governo e aos parlamentares a ordem de seguir atuando no Haiti caso o furacão Irma, que está ganhando força no Oceano Atlântico, atinja mesmo o país na próxima semana. “Nós temos a disposição de sempre ajudar o Haiti”, declarou.
Sobre o temor de parte da população haitiana de que a violência e estabilidade aumentem no país, ele afirmou que o Haiti hoje tem um governo democrático, estável e em condições de perseguir o desenvolvimento econômico e social.
Já a representante da ONU e chefe da Minustah, Sandra Honoré, agradeceu ao Brasil e explicou que, além do componente militar, a Minustah tem os componentes civil e policial. De acordo com ela, a partir de 16 de outubro, esses dois últimos componentes apoiarão uma missão menor, batizada de Minusjusth.
As declarações foram dadas depois de duas horas de cerimônia de encerramento na base utilizada pelo batalhão brasileiro. Diante de 365 militares perfilados com os capacetes azuis que simbolizaram a missão da ONU, autoridades e convidados fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas do terremoto de 2010, cantaram hinos de Brasil, Haiti e Nações Unidas e assistiram ao arriamento de bandeiras.
Fonte: Estadão