Em encontro hoje pela manhã com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, o presidente Jair Bolsonaro perguntou:
“A PF tinha razão para a busca e apreensão ou está fora de controle?”
Bolsonaro arrematou que se a PF estiver certa, tudo bem. Mas, se estiver fora de controle, cabe a Moro o enquadramento. O problema é que a ação contra um líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE) cria muitos problemas para o Planalto.
Na prática, Bolsonaro sente que tentam encurralá-lo: ou afasta o líder ou o diretor da PF, com risco de acabar perdendo o ministro.
O presidente e seus auxiliares suspeitam que a ação da Polícia Federal contra o senador tenha sido uma ação deliberada contra seu governo.Moro negou que tenha perdido o controle do órgão. Mas seus argumentos ainda não convenceram os articuladores políticos do Planalto.
Há coincidências demais, na avaliação de um desses auxiliares do presidente;o pedido de busca e apreensão não ter sido endossado pela Procuradoria-Geral da República, o que pode significar uma argumentação frágil;o momento inconveniente para uma ação no Senado, justo quando o Planalto precisa aprovar a indicação para embaixador no EUA do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), filho mais novo de presidente;a revolta da Polícia Federal com o afastamento do diretor da PF do Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, após investigações envolvendo o filho mais velho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ);as ameaças do Planalto de demitir o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, braço direito do ministro da Justiça;a insatisfação da força-tarefa da Lava jato com a indicação do futuro procurador-geral da República, Augusto Aras.
Tudo isso junto e misturado está deixando Bolsonaro profundamente desconfiado.O presidente acreditava que havia superado os problemas com a PF depois que recebeu a visita de Sérgio Moro no domingo (15), quando ainda estava hospitalizado em São Paulo.Ali ele deu autorização para o ministro anunciar que Valeixo permaneceria no cargo.Agora seus assessores voltaram a duvidar da permanência do chefe da Polícia Federal.
Fonte: Ricardo antunes
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