Os ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) foram até Botucatu, no interior de São Paulo, na quinta-feira, 20, visitar uma menina que está internada em um hospital local após ter sofrido uma parada cardíaca horas depois de ter recebido a vacina contra a Covid-19 na cidade de Lençóis Paulista (SP), onde mora.
Nas redes sociais, ambos estão sendo duramente criticados pelo que foi visto como uma tentativa de explorar politicamente o episódio, que mobilizou a militância bolsonarista, para fazer mais um ataque à vacinação. Isso porque investigação conduzida pelas autoridades de saúde paulistas, envolvendo mais de dez especialistas, apontou que o episódio não teve nada a ver com a vacina. A criança tem uma doença congênita chamada síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW), que leva o coração a ter crises de taquicardia, e pode ocasionar até mesmo a morte súbita.
Damares — que foi lançada candidata ao Senado por São Paulo pelo presidente Jair Bolsonaro, o que também foi lembrado pelos críticos — postou no Twitter que que foi conversar com a família e os médicos da menina “ hospitalizada após suspeita de parada cardíaca no mesmo dia em que recebeu a vacina contra Covid” e enfileirou mais cinco posts, sem citar em nenhum que a relação entre o episódio e a vacina havia sido descartada.
Acabo de desembarcar na Base Área. Estive hoje à tarde em Botucatu/SP com o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em visita à família e à menina de Lençóis Paulista, hospitalizada após suspeita de parada cardíaca no mesmo dia em que recebeu a vacina contra Covid.
— Damares Alves (@DamaresAlves) January 21, 2022
Disse, ainda, que o próprio Bolsonaro falou com a família por telefone. A iniciativa dos dois ministros chamou a atenção dos usuários da rede social, que lembraram o significativo fato de que nenhum deles – nem o presidente – jamais visitou a família de qualquer criança vítima da doença (foram cerca de 1.400).
As vacinas contra a Covid-19 – tanto da Pfizer quanto da CoronaVac – foram aprovadas pela Anvisa e são seguras e eficazes para a imunização de crianças contra a doença.
Fonte: Veja
Créditos: Veja