As empresas, que já vinham investindo em programas para promover a saúde integral dos seus colaboradores, acentuaram esse movimento nos últimos anos. E passaram a contar, a partir do início da pandemia, com um aliado novo e muito eficiente, o teleatendimento, que amplia o acesso à saúde. Essa foi uma das descobertas mais importantes da 13ª Pesquisa Aon de Benefícios, estudo que há 17 anos acompanha a evolução das práticas de RH das empresas no Brasil.
Realizada pela Aon, consultoria e corretora que atua nas áreas de seguros, aposentadoria e saúde em 120 países, a pesquisa ouviu 808 empresas de trinta segmentos, em todo o País, sobre 35 benefícios oferecidos por elas.
O destaque do período foi a adoção do atendimento virtual, que superou barreiras regulatórias e culturais a partir das restrições impostas pela pandemia. O modelo é disponibilizado hoje por 72,9% das companhias. “O serviço ganhou grande importância durante a pandemia e cresceu, não somente no número de usuários e empresas aderentes, mas também em escopo”, afirma a diretora de Consultoria de Health and Retirement Solutions da Aon Brasil, Rafaella Matioli.
Diversas possiblidades
Entre as companhias que aderiram, 82,1% disponibilizam o serviço remoto para atendimentos eletivos, 53% para urgências e emergências e 33,8% para os programas de gestão de saúde e qualidade de vida. “Isso demonstra o quanto o modelo vem crescendo e se consolidando para se tornar uma ferramenta de cuidado integral remoto”, diz Rafaella.
Na avaliação dela, o teleatendimento abriu diversas possibilidades no cuidado com a saúde dos colaboradores e suas famílias, além de trazer facilidades na implementação de ações e acompanhamentos voltados à gestão de saúde e bem-estar. “Espera-se que, mesmo com o fim da pandemia, esse cuidado permaneça como parte integrante de uma cultura de saúde a ser aplicada pelas empresas, apoiando, inclusive, no engajamento do seu público-alvo”, explica a diretora da Aon Brasil. Entre as companhias que adotaram o modelo, segundo a Pesquisa Aon, 97% pretendem mantê-lo após o fim da pandemia.
“A pandemia acentuou o interesse das empresas em cuidar cada vez mais da saúde de seus colaboradores e de suas famílias e, com isso, alcançar maior sustentabilidade no custo assistencial”, afirma Ubaldo Carvalho Junior, diretor Médico na Aon Brasil. Segundo ele, o teleatendimento não se limita a consultas médicas, mas inclui acompanhamento e orientação em outros pilares da saúde, como psicologia, alimentação saudável, atividades físicas e cuidados gerais para gestantes.
Qualidade e sustentabilidade
Entre as empresas que passaram a oferecer atendimento remoto em saúde e pretendem mantê-lo após a pandemia, encontra-se a KPMG, que emprega 5.500 colaboradores no Brasil. Segundo o sócio e diretor de Human Capital Management (HCM) Marcelo Esteves, a companhia havia começado a disponibilizar orientação médica virtual poucas semanas antes da pandemia, por meio da plataforma Dr. Aon, depois rebatizada como Dr. KPMG. Desde então, implementou diversos serviços com atendimento remoto.
Um deles é o EAP – sigla em inglês para Programa de Assistência ao Empregado –, que oferece orientação psicossocial 24 horas por dia, sete dias por semana. “O atendimento psicológico representa boa parte dos atendimentos”, diz Esteves. Outro é a plataforma de teleatendimento disponibilizada em parceria com a AON. Além disso, é disponibilizado um serviço de concierge para orientação aos usuários por meio do plano de seguro saúde
Paralelamente, a KPMG contratou um médico para estruturar e implementar um plano de gestão de saúde. Recentemente, a empresa adotou várias medidas para estimular os colaboradores a cuidar da saúde maneira preventiva. Uma das iniciativas foi a isenção, por um período de três meses, da coparticipação no plano de saúde paga pelas mulheres titulares ou dependentes, para incentivar consultas e exames de rotina. A companhia também conseguiu dobrar o número de executivos que vão fazer o check-up de saúde.
Na avaliação do diretor da KPMG, o atendimento remoto representa um grande avanço para a promoção da saúde. Ele cita a vantagem de poder receber o atendimento remoto rapidamente. “Se a pessoa estiver com uma dor no peito ou apresentar sintomas de AVC, o teleatendimento vai encaminhá-la na hora para o hospital. Essa agilidade pode salvar uma vida – e só isso já seria suficiente para mantermos o serviço”, afirma Esteves.
Fonte: VALOR ECONÔMICO
Créditos: Polêmica Paraíba